O desentendimento entre um promotor e um procurador de justiça, que terminou, segundo os envolvidos,  com soco, mordida e tentativa de enforcamento, na academia de ginástica de um prédio, no Bairro Santo Agostinho, na Zona Sul de Belo Horizonte, será investigado pela Procuradoria do Ministério Público.


A informação é da assessoria de imprensa da Polícia Civil de Minas Gerais, que explicou que, como o fato envolve dois profissionais da justiça, um promotor e um procurador, não pôde ser feito registro na Delegacia de Plantão.

 


Segundo informações do Boletim de Ocorrência (B.O.) da Polícia Militar, o procurador, de 61 anos, contou que, ao chegar na academia, notou que o promotor, de 51, o encarava.

 




O procurador, constrangido com a situação, resolveu questionar o promotor, seu vizinho. A partir daí, segundo o B.O., teve início uma discussão. O procurador acusa o promotor de tê-la ofendido e o agredido com um soco no rosto, além de ter lhe dado uma mordida na mão e ainda tentou enforcá-lo. O procurador precisou ser levado a um hospital. 


Já o promotor disse que estava com seu personal trainer, quando o vizinho entrou no local. Disse, ainda, que o promotor teria agido de maneira acintosa, se dirigindo a ele, falando mal de sua pessoa e o xingou: "Olha o seu tamanho, você é corno".

 


Disse também aos policiais que algum tempo atrás, houve um episódio, ocorrido no elevador do prédio, em que o mesmo vizinho teria ameaçado lhe dar um tiro. E admitiu ter dado um soco no rosto do procurador, por estar com acúmulo de raiva contra o mesmo.


O caso ocorreu em 25 de junho, no entanto, só veio à tona agora, quando foi registrado na Procuradoria do Ministério Público.


"RISCO À VIDA"

 

Em nota, os advogados que representam o procurador de Justiça Geraldo Ferreira da Silva relatam que os socos e chutes (que resultaram em vários hematomas e escoriações); a mordida (que resultou em vários pontos cirúrgicos na mão esquerda); e o estrangulamento (que provocou fratura da cartilagem do pescoço), tudo praticado pelo vizinho, geraram risco à vida da vítima, de 61 anos, que demandou atendimento médico de urgência e, em razão das sérias lesões, ainda permanece em tratamento médico-hospitalar". 

 

O texto destaca ainda que "a gravidade dos fatos demonstra que consequências mais graves não ocorreram graças à rápida intervenção de terceiros presentes no local.  Providências estão sendo tomadas para responsabilização do autor na esfera criminal e disciplinar, com confiança na atuação séria da honrosa instituição que é o Ministério Público, cuja reputação não deve ser indevidamente manchada por bárbaros atos de violência de um de seus membros". 

 

 


 

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