A Justiça de Minas Gerais determinou o fechamento do Presídio Regional de Ibirité, na Grande BH, três meses após detentos tentarem fugir da penitenciária por um buraco cavado numa das paredes.

 

A tentativa de fuga despertou a atenção para a segurança na unidade prisional, localizada no centro comercial da cidade. Uma inspeção feita pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em maio, definiu as condições do presídio como "ruins".

 

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que o presídio "se encontra em processo de desativação em atendimento a uma determinação judicial" e que os detentos foram transferidos para outras unidades prisionais da região sem prejuízo para a custódia.

 

Relembre o caso


Na noite de 19 de março, policiais penais impediram uma tentativa de fuga do presídio. Os agentes de plantão identificaram cinco indivíduos que acessaram uma casa localizada nos fundos da penitenciária depois de pularem o muro do imóvel. Uma das paredes da casa havia sido quebrada com marretas e uma ferramenta elétrica, em tentativa de acessar uma das celas do presídio.

 


O delegado responsável pelo caso, Gabriel Martins Araújo, explicou, em entrevista na época, que o buraco na parede facilitaria a fuga dos detentos, que estavam todos em uma mesma cela. "Os suspeitos estão envolvidos com o tráfico de drogas e roubo, sendo considerados de alta periculosidade e já condenados a muitos anos de prisão", disse o delegado.

 




De acordo com a Polícia Civil, outras seis pessoas, que não cumpriam pena na unidade prisional, teriam participado da tentativa de fuga.


Condição do presídio


Um relatório do Conselho Nacional de Justiça, feito em maio deste ano, constatou que o Presídio de Ibirité contava com 152 presos - cerca de 50% a mais do que sua capacidade, que é para 102 internos. Dentre os detentos, 71 eram presos provisórios, ou seja, estavam aguardando o julgamento. Os outros 81 cumpriam pena em regime fechado, onde o preso não pode sair para trabalhar durante o dia.


A inspeção do CNJ avaliou também as condições de segurança do presídio. Foi constatado que a unidade contava com detector de metais, mas não tinha aparelho para bloqueio de celular. Na ocasião da visita, foram apreendidos 13 aparelhos de comunicação e acessórios. O total de agentes penitenciários na unidade era de 43 oficiais.


A avaliação do juiz responsável pelo relatório foi de que as condições da penitenciária eram "ruins".

 


Policiais transferidos


O vice-presidente do Sindppen-MG (Sindicato dos Policiais Penais do Estado de Minas Gerais), Wladmir Dantas, explica que oficiais do Presídio de Ibirité haviam entrado em contato denunciando a falta de estrutura da unidade. Após negociação junto à Sejusp, os agentes puderam escolher para qual unidade prisional gostariam de ser transferidos.


"Conseguimos ampliar para os profissionais maior campo de escolha para eles laborarem as atividades", explica Dantas.


Outro lado


Entramos em contato com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), mas ainda não tivemos resposta. Assim que o órgão responder, atualizaremos o texto.

 

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