O desespero por não saber o que aconteceu com o filho, João Vitor Modesto Gonçalves, de 22 anos, alterou completamente a rotina da cozinheira Maria de Lourdes Modesto, de 47. O jovem deixou o imóvel onde mora com a esposa e os filhos, de 1 e 4 anos, no Bairro Nazaré, na Região Nordeste de Belo Horizonte, para ir ao trabalho, mas não voltou para casa.

 

“Estou clamando a Deus. É muito difícil não saber se seu filho está vivo ou morto. Não tenho conseguido dormir nem comer direito. Segunda e terça sequer trabalhei. É uma aflição constante”, diz a mãe em conversa com o Estado de Minas.

 



 

 

João Vitor atua como servente de pedreiro em uma obra junto com o avô no Bairro Jardim América, Região Oeste de BH. Na quarta-feira da semana passada (26/6), por volta das 17h40, ele terminou o expediente e entrou no ônibus 8203, que faz a linha Renascença/Buritis, com a intenção de voltar para casa, quando desapareceu. Naquele dia, ele não estava com o celular. 

 

O boletim de ocorrência relatando o desaparecimento só foi feito, no entanto, nessa segunda-feira (1º/7). “Liguei para meus sobrinhos e amigos com quem meu filho frequentemente se encontrava, mas ninguém viu ele desde que saiu do serviço. Estive até em hospitais e no IML. Ao mesmo tempo, eu tinha esperança de que ele poderia aparecer a qualquer momento, mas, como isso não aconteceu, procurei a polícia”, explica. Conforme a mãe, João Vitor não tinha inimigos. 

 

Informações sobre o paradeiro do jovem podem ser repassadas à Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) por meio de ligação para 0800 2828 197. A família também disponibilizou o número (31) 98721-1825 para contato. 

 

Desaparecimentos em Minas

A PCMG lançou em 5 de junho uma plataforma com informações sobre desaparecidos em todo o estado. Até o fechamento desta publicação, a base de dados da instituição policial contabilizava 21.986 pessoas sendo procuradas: 66,54% são homens, e mulheres representam 33,46%. 

 

A faixa etária com maior incidência de desaparecimentos está compreendida entre 31 e 40 anos (4.422 casos), seguida do grupo entre 12 e 17 anos (3.949 ocorrências). Somente neste ano, 1.403 pessoas já desapareceram em Minas. 

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