Uma criança indígena da etnia Pataxó, de 1 ano e dois meses, morreu durante atendimento médico da Unidade de Pronto Atendimento de Brumadinho, na tarde desta sexta-feira (5/7). Uma denúncia encaminhada à Fundação Nacional do Índio (Funai) acusa a unidade de saúde de negligência médica. Ao Estado de Minas, o cacique Arakuã contou que a criança estava com sangue nas fezes há quatro dias mas nada foi feito pelos médicos. 




 

Segundo o informe, na terça-feira (2/7), o bebê foi levado até a UPA pela mãe. Durante o atendimento, o médico teria afirmado que a situação estava normal, e liberado o paciente. À reportagem, o cacique informou que a mãe foi orientada a medicar a criança com dipirona. 


No dia seguinte, a criança foi levada novamente à unidade e, como na vez anterior, liberada. À reportagem, o cacique informou que a mãe foi orientada a medicar a criança com dipirona e que nenhum exame mais detalhado foi feito. 


 

“Essa trágica perda se deve à falta de atendimento adequado e possível erro médico, o que revela um grave descaso e negligência por parte do sistema de saúde local”, afirma o documento enviado à Funai; Ministério Público Federal; polícias Civil, Militar e Federal; Prefeitura de Brumadinho e Defensoria Pública da União. 


Manifestação


Enquanto aguardavam a liberação do corpo e a entrega do atestado de óbito, familiares e amigos da criança fizeram um protesto na porta da UPA de Brumadinho. Em resposta ao fato, há previsão de atos em frente a unidade e da sede do poder executivo municipal até que “sejam tomadas as providências necessárias para auxiliar a família e a comunidade indígena”. 


 

Ainda segundo o documento encaminhado às autoridades, a comunidade pede a investigação imediata sobre o atendimento prestado; o apoio e assistência à família do bebê; e melhoria nos serviços de saúde oferecidos à comunidade indígena para evitar futuros casos de negligência. 


Por meio de nota, a Prefeitura de Brumadinho lamentou o ocorrido e informou que um processo investigativo foi instaurado para apurar as circunstâncias da morte. O médico responsável pelo atendimento foi afastado até que os esclarecimentos sejam feitos, como “medida preventiva”. 


“Destacamos que a criança recebeu prontamente todos os cuidados pela equipe médica da emergência, que se empenhou ao máximo para reverter a situação. Informamos que não houve negativa no atendimento à criança, assim como em qualquer outro atendimento realizado no município. Manifestamos nossas mais sinceras condolências à família e estamos profundamente consternados com o ocorrido”, informou a administração. 

 

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