O vereador de Araponga, na Zona da Mata mineira, Euder Santana Souza (Cidadania), foi alvo nesta sexta-feira (5/7) de uma operação de busca e apreensão dentro da cela do presídio onde está detido desde abril de 2023. Ex-presidente da Câmara Municipal, o político é investigado por integrar uma organização criminosa responsável por assassinatos, porte de armas de fogo e tráfico de drogas no município e nas cidades de Ervália e Viçosa, ambas na mesma região.

 

As diligências nesta sexta-feira na unidade prisional aconteceram por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, vinculado ao Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). Policiais militares e civis também participaram da ação, informou no fim da tarde o Ministério Público, mas sem explicar o motivo das buscas na cela. Antes de ser preso, Euder era tido como um dos líderes da organização. 

 



 

 

No último dia 25, a juíza da Vara Única da Comarca de Ervália, Daniele Viana da Silva Vieira Lopes, manteve a prisão preventiva do vereador, alegando que “o réu é pessoa temida na região”. A manifestação da magistrada decorre de determinação fixada no artigo 316 do Código de Processo Penal (CPP): “Decretada a prisão preventiva, deverá o órgão emissor da decisão revisar a necessidade de sua manutenção a cada 90 dias, mediante decisão fundamentada, de ofício, sob pena de tornar a prisão ilegal.”

 

“Assim, considerando que ainda está pendente o julgamento pelo Conselho de Sentença, diante do temor informado pelas testemunhas, entendo necessária a manutenção da prisão como garantia da instrução processual”, avalia a juíza, acrescentado que, conforme a Polícia Civil, houve dificuldade de conseguir informações durante a investigação em razão do medo das pessoas de represálias.

 

“Dessa forma, verifico que a prisão preventiva do acusado Euder Santana Souza encontra-se fundamentada nos vetores para garantia da ordem pública, conveniência da instrução processual e para assegurar a aplicação da lei penal, sendo certo que até o momento não há elementos para sua revogação. (...). Também é patente a repercussão social do delito, posto que a liberdade dissemina a sensação de impunidade na população, desacreditando o poder punitivo do Estado, além da necessidade de garantia da integridade física e psicológica das testemunhas”, destaca a juíza em trecho da decisão.

 

Além do vereador, as autoridades prenderam, na ocasião, um adulto e apreenderam dois adolescentes. Drogas, diversas munições e uma arma de fogo foram apreendidas durante o cumprimento de oito mandados de busca e apreensão, inclusive na Câmara Municipal de Araponga.

 

O Estado de Minas entrou em contato com o advogado do investigado, mas não houve retorno até o fechamento da publicação. O espaço segue aberto para manifestações.

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