A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) se manifestou nesta terça-feira (9/7) sobre a denúncia dos organizadores da Stock Car BH contra a instituição. Os realizadores acusaram a UFMG pelo corte de 5 mil árvores nos últimos 22 anos, sem comprovar compensações ambientais e florestais.

 

A acusação foi protocolada nessa segunda (8/7) depois de a Federal e associações de moradores terem entrado na Justiça alegando que a corrida prejudica fauna e flora na área da instituição educacional.

 

No pronunciamento, feito pelas redes sociais, a UFMG esclareceu que ainda não foi comunicada oficialmente sobre a instalação de qualquer procedimento e que, como instituição pública, "cumpre com suas obrigações e tem forte compromisso social, então permanece à disposição para prestar os esclarecimentos sobre suas ações, sempre que solicitados pelas autoridades competentes". 

 

A instituição disse ainda que recebeu a notícia sobre a representação feita pela Stock Car por meio da imprensa. Segundo a UFMG, a denúncia é uma forma de intimidar a universidade diante das ações tomadas pela mesma contra o evento esportivo. A universidade ressalta que não vai aceitar supostas coações. "Cortinas de fumaça não dispersarão o debate legítimo sobre a inconveniência da realização da prova nas mediações do campus", destacou.

 



 

Entenda a denúncia

A denúncia apresentada pela Stock Car foi baseada em um laudo pericial realizado pela Geoline Engenharia, assinado por nove peritos ambientais, sendo três engenheiros ambientais, dois engenheiros florestais, um advogado especialista em direito ambiental, um engenheiro de agricultura, um geógrafo e um biólogo. Nele, constam fotos tiradas por meio de drones, fotos em solo, imagens do sistema do Google, mapeamento por GPS, medições específicas e outros levantamentos documentais.

 

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De acordo com o laudo, a área suprimida corresponde a 18 hectares ou 18 campos de futebol. Os responsáveis pelo levantamento identificaram que 1.592 árvores foram cortadas em três áreas no campus Pampulha, em Belo Horizonte. Nelas, a UFMG teria de fazer o plantio compensatório de mais de 3 mil árvores, na proporção determinada pela lei municipal 4.253, de duas árvores plantadas para cada uma cortada. No entanto, o replantio não foi identificado no banco de dados da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).

 

Sobre a denúncia de corte de árvores, a UFMG não se pronunciou, pois não tem informações sobre a procedência e metodologia do suposto estudo usado para embasar essa estimativa.

 

Resposta contra a realização da Stock Car e acordo

 

A ação dos organizadores do evento é decorrente de outros processos que a UFMG levou à Justiça contra a realização da prova no entorno do Mineirão e da universidade. O corte de árvores na região e danos que podem acontecer à fauna e à flora da universidade por causa dos ruídos produzidos pelos carros foram o motivo das ações.

 

Depois de polêmicas envolvendo o corte de árvores para receber a competição, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), os organizadores da Stock Car e a PBH assinaram, na segunda (1/7) da semana passada, um acordo para a implementação de medidas de proteção ambiental e urbanística no entorno do estádio.

 

* Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata

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