A belo-horizontina Bruna Lacerda, de 31 anos, decidiu bancar a "cupida" e usar o Instagram para planejar encontros entre pessoas desconhecidas, em uma espécie de Tinder. Porém, a ideia é mostrar que o que os olhos não veem, o coração pode sentir: a pessoa só descobre com quem é o “date” na hora.
A gestora de carreiras explica que o trabalho de cupido inicia quando ela abre, em seu Instagram, @oibrunalacerda, uma enquete para que as pessoas interessadas em participar se manifestem. A partir daí, começa a planejar os "matches". “Vou coletando informações pelo perfil da pessoa no Instagram. Vou analisando o que ela segue, onde ela gosta de frequentar, vejo as fotos no feed e as marcadas”, conta.
Depois, Bruna procura entre a lista de pessoas interessadas aquela que mais combine e marca o “date”. O lugar pode ser escolhido pelos participantes, mas, se precisarem, a “gestora do amor” também pode indicar um local. Para ela, um barzinho é o ideal. Para os participantes se encontrarem, Bruna descreve a roupa que a outra pessoa estará usando.
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Até o momento, a mineira sagitariana — que diz que seu signo tem certa influência nesse projeto — já planejou oito “dates”. Porém, ela só marca se achar que encontrou o par ideal, por isso, muitos interessados ainda estão esperando. No total, 124 pessoas já toparam participar do “date” planejado pela “ministra do amor”, como Bruna se chamou em referência a promessa feita pelo presidente Lula: “Um homem sem amor não é nada, no meu governo todo mundo vai namorar”.
João Renato, professor de 40 anos, foi um dos participantes do esquema de “dates” e conta que achou a experiência uma novidade muito legal para sair da mesmice e da “conversa enrolada” dos aplicativos de namoro. “A Bruna foi superassertiva. A menina que ela me indicou era muito legal, muito minha vibe”, conta. João diz que quer participar também da próxima rodada.
Um engenheiro de 30 anos, que preferiu não se identificar, também avaliou a experiência positivamente. “Achei uma experiência incrível! Durante o 'date', identificamos tanto em comum, que ficamos surpresos. A Bruna acertou em cheio. Eu não mudaria nada, e indico para quem estiver disposto”, diz.
‘Frio na barriga’
“O intuito do projeto, além de formar casais, é fazer com que as pessoas se permitam viver um pouco mais offline. Para sair um pouco desse imaginário, do flerte digital e conhecer uma pessoa na mesa do bar. Para recuperar o frio na barriga, ter olho no olho, sentar e conhecer uma pessoa nova sem saber quem ela é, o que ela faz”, conta Bruna.
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Foi justamente o que a belo-horizontina tem como objetivo com o encontro às cegas que a jardineira e paisagista Mari de Cássia, de 29 anos, experimentou. “Como foi algo inusitado, a experiência começou antes do encontro em si, contei para amigos, família, psicólogo, e todos ficaram animados juntos comigo. Todos estavam na espera do desenrolar desse enredo e muitos demonstraram interesse em participar de algo assim. Fui para o encontro com um friozinho tão bom na barriga, sem me preocupar se seria um encontro romântico ou não. A meta era conhecer a pessoa e ter uma noite legal”, ela conta.
Mari destaca que um ponto positivo do “date” foi ter saído com uma pessoa de um meio e idade diferentes da dela, o que provavelmente não aconteceria em outra ocasião. “Conversamos, rimos muito, nos conhecemos. Não demos continuidade a outros encontros e conversas voltadas para o romântico, mas nosso encontro cumpriu com a meta de um 'date' ótimo”, diz a jardineira e paisagista, que participaria novamente.
Como participar
Bruna pretende abrir uma nova enquete para encontrar novas pessoas interessadas em breve, mas ainda sem uma data definida. Os interessados podem acompanhá-la no perfil do Instagram.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata