A Polícia do Peru está há três dias tentando chegar ao local onde estaria o corpo do montanhista Marcelo Motta Delvaux, de 55 anos, que morreu ao cair em uma rachadura na neve, enquanto escalava o Nevado Coropuna, a quarta montanha mais alta do país.

 

Segundo a irmã de Marcelo, Patrícia Delvaux, é possível que a polícia ainda não tenha alcançado o lugar, que tem 6.300 metros de altitude, devido a dificuldades de acesso.


A família chegou a contratar, inicialmente, um grupo de especialistas para auxiliar nas buscas. Na sexta-feira (5/7), a equipe chegou à base do Coropuna e alcançou o acampamento de Delvaux, onde se deparou com a barraca do guia mineiro. No sábado (6/7), chegou até o ponto indicado pelo GPS de Marcelo. No local, encontrou uma greta aberta, os bastões de Marcelo e sinais de que ele caiu no interior da greta.

 




Na ocasião, Andrezza Coutinho, amiga de Marcelo, afirmou que as equipes não conseguiram visualizar o corpo no fundo da greta. “Nesse caso, a polícia deverá ser a responsável posteriormente pela tentativa de resgatar o corpo”, contou. 


Devido à profundidade da rachadura, os resgatistas acreditam que Marcelo Delvaux não sobreviveu à queda. Isso explica o fato de o montanhista não ter solicitado resgate pelo GPS, segundo Andrezza. 


Em nota, o Ministério de Relações Exteriores afirma que, "por meio da Embaixada do Brasil em Lima, acompanha o caso, em contato com as autoridades locais e com os familiares da vítima, prestando assistência consular cabível, que são orientações gerais aos familiares, apoio para contatos com o governo local e cuidados para a expedição de documentos, como o atestado consular de óbito, tão logo terminem os trâmites obrigatórios realizados pelas autoridades locais".

 


A pasta ressalta ainda que o traslado dos restos mortais de brasileiros falecidos no exterior é decisão da família e não pode ser custeado com recursos públicos. 


Relembre o acidente

 

Amigos e familiares do montanhista constataram o desaparecimento no dia 30 de junho, quando o GPS dele parou de indicar movimento. Marcelo não enviou mensagem e não apertou o botão de socorro. Ele chegou ao cume da montanha por volta das 15h de domingo e começou a descer 30 minutos depois. Cerca de 100 metros abaixo do cume, o sinal do GPS de Marcelo ficou estagnado e não se moveu mais.


Quem era Marcelo Delvaux

 

Marcelo Motta Delvaux era montanhista há cerca de 25 anos, tendo escalado mais de 150 montanhas de altitude extrema nos Andes e no Himalaia. Era guia de montanha profissional formado pela escola de guias EPGAMT de Mendoza na Argentina.

 

Natural de Juiz de Fora, ele vivia em Belo Horizonte, mas passava boa parte dos meses do ano escalando e guiando montanhas nos Andes.

 

* Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata

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