“Nossa, na hora que eu vi, comecei a chorar.” Essa foi a sensação de Marcely Diniz, de 27 anos, ao ficar sabendo que a guarda municipal Stephanie Quintão perdeu a vida em acidente de moto na Avenida Andradas, em Belo Horizonte, nesta quinta-feira (11/7). As duas caíram no rio Arrudas após serem arremessadas por causa da batida das motos em que estavam. Com oito meses de diferença, Marcely Diniz teve uma das pernas amputada e Stephany perdeu a vida.


O acidente de Marcely mudou sua vida completamente. Ela morava no Bairro Venda Nova, em Belo Horizonte, e trabalhava no setor administrativo de uma empresa de engenharia. Em 10 de dezembro de 2023, ao voltar do Baile da Serra na garupa da moto do seu então namorado, ela sofreu um acidente na Avenida dos Andradas, próximo ao posto da Guarda Municipal, e caiu no Rio Arrudas. 

 




“Ele – ex-namorado – foi olhar pra trás para ver se um amigo nosso estava por perto. Só que, na hora que virou para a frente, já estava naquela curva ali da Andradas, ele não conseguiu fazer a curva e a  moto bateu na mureta. No impacto, a moto voltou e nos arremessou para cima, sabe?” detalha Marcely.


A perícia do acidente indicou que a queda no rio poderia ser comparada a cair de um prédio de nove andares. Tanto Marcely quanto o seu ex-namorado caíram no rio. Ela caiu de costas e o ele de barriga. A princípio, eles não perceberam a gravidade do acidente.

 

“No momento não senti nenhuma dor e fui tentar ajudar ele. Nesse momento, senti uma dor na perna e meu osso raspando no fundo do rio”, explica. 

 

 

O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) chegou depois de 30 minutos, resgatou os dois  de rapel e os encaminhou para o Hospital João XXIII.


Marcely Diniz ficou quase dois meses internada, passou por cinco cirurgias, teve duas paradas cardiorrespiratórias e sofreu três amputações por contrair uma bactéria. “Fiz três amputações, uma abaixo do joelho, depois uma no joelho. Devido ao rio muito sujo, peguei muita bactéria, e a bactéria foi subindo. Se eu não amputasse quase um pouco acima da minha coxa, a bactéria iria entrar no meu sangue e me consumir toda por dentro. E aí fiz essa última cirurgia que, graças a Deus, deu certo”, conta, aliviada, apesar de todo sofrimento.

 


Com a perna amputada, Marcely não trabalha mais e vive com a aposentadoria por invalidez do INSS. Antes do acidente, ela havia conseguido quitar um apartamento em Justinópolis, em Ribeirão das Neves, na Grande BH, onde mora sozinha.

 

Marcely anda com auxílio de muletas e está em busca de uma prótese para melhorar sua mobilidade e qualidade de vida. Para isso, está realizando uma arrecadação financeira por meio do site ‘vakinha’. Ela também compartilha sua vida em suas redes sociais.


“Para conseguir uma prótese, estou fazendo uma vaquinha, a prótese é no valor de R$ 65 mil e faltam R$ 43 mil. E eu estou todos os dias no meu Instagram, divulgando, postando o meu dia a dia para conseguir ajuda para comprar essa prótese. Eu quero voltar a ter uma vida normal, eu não estou trabalhando mais por causa do acidente. Então, assim, minha vida paralisou.”

 

*Estagiária sob supervisão do subeditor Gabriel Felice

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