O valor ecológico, paisagístico e cultural da Mata do Jardim América, na Região Oeste de Belo Horizonte foi reconhecido pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), que publicou, nesta sexta-feira (12/7), a decisão assinada pelo prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD), no Diário Oficial do Município (DOM).

 

Em junho, Fuad assinou o decreto de desapropriação da área para fins de utilidade pública e proteção integral da mata para transformá-la em um espaço ecológico aberto à população. Na época, Juliana Minardi, moradora do Bairro Jardim América e fundadora do movimento SOS Mata do Jardim América, comemorou a decisão.

 

“É uma vitória para Belo Horizonte e para toda a comunidade que abraçou essa causa. Queria agradecer em nome de todos os seres vivos que habitam a Mata do Jardim América e a todas as pessoas que abraçaram a causa e acreditaram que, apesar de haver uma licença e um acordo absurdo que previam o corte de quase 500 árvores, é possível preservar e proteger essa área, que é a última área verde que temos entre dez bairros em Belo Horizonte”.

 



A mata é uma das últimas que restam em uma região onde habitam 140 mil pessoas, entre os bairros Jardim América, Gutierrez, Nova Suíça, Nova Granada, Calafate, Prado, Barroca, Alto Barroca, Salgado Filho e Grajaú, todos da Região Oeste da capital.

 

Luta histórica

 

Há cerca de 14 anos, moradores da região já lutavam pela preservação da região e, em janeiro de 2023, manifestantes pediram socorro pela Mata do Jardim América, protestando contra a autorização para construção de grandes edificações na região. A obra previa o corte de 465 árvores e seria possível por causa de um acordo firmado em 2019, que envolvia a associação de bairros da região, uma empreiteira e proprietários.

 

Na época, o SOS Mata do Jardim América, junto ao Ministério Público, protocolou um manifesto pedindo a anulação do acordo e da licença para que houvesse participação da sociedade e a devida preservação da área, enquadrada como Área de Preservação Ambiental (PA1).

 

 

A luta rendeu frutos, já que a PBH chegou a informar que a supressão de árvores seria compensada com o plantio de mudas conforme a legislação aplicável, mas a situação se reverteu.

 

No dia 16 de maio deste ano, foi aprovada, unanimemente, o Projeto de Lei que reconhece o valor Ecológico, Paisagístico e Cultural da Mata do Jardim América e faz com que a licença e o acordo para supressão de árvores e construção de edificações percam a validade. Assim, o terreno será desapropriado para a realização de um espaço ecológico integralmente aberto à população.

 

“A gente lutou muito em conjunto para que houvesse um projeto de lei que reconhecesse o valor Paisagístico, Cultural e Ecológico da Mata do Jardim América, então preciso agradecer a todo mundo que se uniu e dizer que a gente segue em frente para a transformação dessa mata num espaço ecológico aberto à comunidade, digno, limpo e seguro para toda a população de Belo Horizonte”, afirma Minardi.

compartilhe