A Polícia Federal conseguiu recuperar, nessa quarta-feira (10/7), 16 de 17 peças históricas furtadas do Museu de Artes e Ofícios de Belo Horizonte, no último dia 15 de junho.
As peças têm valor histórico considerado inestimável e são tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). A décima-sétima peça já havia sido recuperada no dia do crime, quando o autor foi preso.
As peças estavam em poder de pessoas que agora são investigados como possíveis receptadores de material roubado na capital mineira. Todas foram ouvidas na sede da Polícia Federal.
O acervo foi entregue a representantes do Museu de Artes e Ofícios, na manhã desta sexta-feira (12/7), na sede da Polícia Federal.
A Coordenadora do Sesi Cultural, Bárbara Laredo, disse que “o Sistema FIEMG como um todo está muito feliz e grato pelo trabalho desempenhado pela Polícia Federal na resolução do caso. Agora teremos novamente nosso acervo 100% completo. É de extrema importância o resgate dessas peças para a cultura não só mineira mas brasileira.”
O museu informou que pretende voltar a expor os itens recuperados já na próxima semana.
O roubo
- Veja: PF recupera em Londres livro de 1823 que tinha sido furtado no Pará
- E ainda: Brasil vai abrigar maior parque religioso do mundo; veja onde
No dia do roubo, para entrar no prédio, que é administrado pela Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), um homem quebrou um vidro da parte da frente. Ele foi preso no mesmo dia, mas tinha apenas uma das peças em seu poder.
O ladrão roubou formões, pequenos martelos, canivete, um arco de pua e outras peças de carpintaria, datadas do século 19, que, segundo a direção do museu, não tinham nenhum valor comercial.
A Polícia Federal acredita que, muito provavelmente, as peças seriam derretidas e o que fosse apurado seria repassado no peso, o que acontece também quando há roubos de fios de cobre.
e fosse apurado seria repassado no peso, o que acontece, também, quando há roubos de fios de cobre.
O Museu
O Museu de Artes e Ofícios de Belo Horizonte está localizado em prédios das antigas estações ferroviárias da cidade, na Praça Rui Barbosa, também conhecida por Praça da Estação, na região central da capital, foi inaugurado em 2005.
A sua criação se deve ao Instituto Cultural Flávio Gutierrez, a partir de coleções iniciadas há 60 anos pelo engenheiro e fundador da construtora Andrade Gutierrez e continuadas pela empreendedora cultural Angela Gutierrez, sua dele.
As peças roubadas contam a história de atividades profissionais que deram origem à indústria de transformação em Minas Gerais.
Na época da fundação, o instituto doou 1.472 peças ao museu. As peças que fazem parte do museu foram tombadas pelo Instituto do Patrimônio Histórico Artístico Nacional (Iphan).
Por se tratar de uma entidade nacional, as investigações foram feitas pela Polícia Federal (PF).
Por causa desse roubo, o museu ficou fechado por três dias, de 15 a 17 de junho, sendo reaberto na terça-feira. No período, o destaque era a exposição individual "Tudo é Rio", da artista Massuelen Cristina, uma mostra, com pinturas, fotos, instalação e trabalhos bordados, não sofreu nenhum dano.
No total, o museu tem mais de duas mil ferramentas, máquinas, equipamentos e utensílios, originais dos séculos 18, 19 e 20, representam ofícios antigos ligados a setores como mineração, lapidação e ourivesaria, alimentício, tecelagem, curtume e energia.
Em 2016, o museu passou a ser gerido pelo Serviço Social da Indústria (Sesi), órgão da Fiemg.
Próximos passos
Segundo a direção do museu, as peças, antes de voltarem a ser expostas, passarão por uma análise dos técnicos da instituição. As que necessitarem de reparos, serão restauradas pela própria equipe do Museu de Artes e Ofícios. A expectativa é que o patrimônio retorne à exposição na próxima semana.
O SESI Museu de Artes e Ofícios destaca ainda que, desde o ocorrido, tem buscado alternativas para reforçar a segurança do espaço, com a modernização do sistema eletrônico de monitoramento e o alinhamento de estratégias de inteligência junto à Guarda Municipal de Belo Horizonte.
Nota do Museu de Artes e Ofícios