O prefeito de Belo Horizonte, Fuad Noman (PSD) lamentou o acidente envolvendo uma carreta tanque no Anel Rodoviário, na altura do Bairro Madre Gertrudes, na Região Oeste da cidade, na madrugada deste sábado (13/7). O tombamento do veículo e o derramamento de 20 mil litros de óleo diesel mantém as duas pistas da rodovia interditadas há mais de 17 horas.
Durante entrevista coletiva nesta manhã, ao ser questionado sobre o tombamento da carreta, Fuad falou sobre a luta de 20 anos para ter o Anel Rodoviário sob o comando da administração municipal. O chefe do executivo afirmou que solicitou da rodovia ao Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e que o processo já está “bem encaminhado”.
"Hoje para a Prefeitura cortar um mato que acessa o Anel precisa de autorização do Dnit. Tentamos de todos os jeitos e não conseguimos. Tomei uma decisão. Fui para o Dnit e disse que quero o Anel, vou atrás de dinheiro emprestado e faço o Anel. Está bem encaminhado. Temos oito viadutos que precisam ser totalmente reformulados e já temos projeto para dois. Só precisa da assinatura do Dnit. Vamos tomar conta do Anel e transformá-lo em uma via absolutamente trafegável", assegurou.
O motivo do acidente desta madrugada ainda não foi esclarecido. O motorista da carreta, de 42 anos, disse aos militares do Corpo de Bombeiros que estava em baixa velocidade, entre 30 e 40 km/h, e tinha saído da Avenida Amazonas e subido a alça para o Anel Rodoviário, quando a carga teria pesado e tombado. Apesar do acidente, ele não se feriu.
O tombamento ocorreu de madrugada, por volta das 4h. De acordo com a tenente Jaqueline Santos, dos bombeiros, o veículo transportava 46 mil litros de óleo diesel, sendo que, ao menos, 20 mil litros do combustível vazaram nas duas pistas da rodovia. O transbordo da carga, que não ficou espalhada sobre a pista, foi finalizado por volta das 16h20. No entanto, o tráfego só será liberado depois que o veículo for removido e a pista limpa.
Via mais perigosa de BH
A combinação entre a falta de obras e a imprudência de condutores e pedestres resulta em uma vida perdida a cada 16 dias em média desde 2014, em acidentes no trecho do Anel Rodoviário que passa pelo Belo Horizonte, conforme números do Observatório de Segurança Pública de Minas Gerais, segmentados pelo Núcleo de Dados do Estado de Minas.
A rodovia tirou a vida de 230 pessoas no período, entre elas nove entre 12 e 17 anos. Os dados são quase o quádruplo da segunda via mais fatal do ranking belo-horizontino, a Avenida Cristiano Machado, que soma 63 óbitos desde 2014. Só neste ano, até abril, os 27 quilômetros de extensão do Anel foram palco de 14 vidas perdidas no trânsito – também o maior número entre todos os corredores de Minas Gerais. O dado, em proporção, é maior que o registrado pela série histórica iniciada há 10 anos, já que representa uma vida perdida no Anel Rodoviário a cada 8 dias em média. Ainda no recorte temporal mais recente, um trecho de apenas cinco quilômetros, entre os encontros com a BR-040 e a Avenida Presidente Carlos Luz, concentra sete pontos com acidentes fatais nos últimos três anos.
Os números históricos mostram que a condição principal para as mortes no Anel Rodoviário passa pelo atropelamento de pessoas. Das 230 mortes registradas desde 2014, 96 (41,7%) aconteceram dessa maneira. Desde 2014, o Observatório de Segurança Pública registra 677 acidentes graves no corredor rodoviário, que se tornou uma avenida de alta velocidade com a expansão da população da Região Metropolitana de Belo Horizonte. Esse dado representa uma ocorrência com ferido grave a cada cinco dias no local.