A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) realizou cerca de 80 mil inspeções nas unidades consumidoras localizadas na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) de janeiro a maio deste ano. Nessas fiscalizações, em mais de 41 mil foram constatadas irregularidades (51% do total), cujas correções representam uma recuperação de 118 MWh em termos de energia, e cerca de R$91 milhões em termos financeiros.

 




Inspeções da Cemig em unidades consumidoras como essa têm como objetivo regularizar e garantir a medição correta do consumo dos clientes da companhia. Elas acontecem por todo o estado de Minas Gerais, que apresenta um cenário semelhante ao da capital mineira.


De janeiro a maio deste ano, a Cemig realizou mais de 146 mil inspeções em toda a área de concessão da companhia, que corresponde a 774 municípios. No estado, foram identificadas irregularidades em mais de 59 mil inspeções, o que representa mais de 40% das ações totais em Minas. A energia recuperada representa um valor de R$130 milhões e 205 MWh.


Em 2023, a correção das irregularidades em Minas representou uma recuperação de cerca de R$310 milhões. Já na RMBH, correspondeu a R$223 milhões.


“Gatos”


Uma das irregularidades ligadas ao consumo de energia mais conhecida e combatida pela companhia são os “gatos”, que consiste no desvio da corrente elétrica antes que ela passe pela medição do consumo, por exemplo, quando a fiação é puxada diretamente do poste ou quando o medidor de energia é adulterado. 

 


De acordo com a Cemig, a realização de “gatos” sobrecarrega a rede elétrica e compromete a qualidade da energia devido a oscilações e interrupções do fornecimento. A companhia também indica que essas ligações oferecem riscos e prejuízos, uma vez que aumentam a probabilidade de ocorrências de curto-circuito, incêndios e queima de equipamentos elétricos. Além disso, parte desse valor furtado é repassado para a conta de energia dos consumidores regulares, de acordo com os limites estabelecidos pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), e para as distribuidoras.


Consequências


Quando uma inspeção da Cemig identifica uma irregularidade no consumo de energia, os responsáveis por ela devem ressarcir a companhia em relação ao montante de energia consumida que não havia sido paga, além de arcar com custos administrativos. 


 "O furto de energia é crime previsto no artigo 155 do Código Penal Brasileiro, com pena de até oito anos de reclusão", diz o gerente de Recuperação de Energia da Cemig, Fábio Sapucaia. O responsável ainda pode ser enquadrado no artigo 171, pois a adulteração do medidor constitui crime de estelionato.


 

Tecnologia contra o furto de energia


Além das fiscalizações, para identificar as unidades com suspeita de fraude a Cemig possui o Centro Integrado de Medição (CIM), que realiza o monitoramento do consumo de mais de 9 milhões de clientes por toda a área de concessão. "Por meio do CIM é possível identificar, em tempo real, qualquer anomalia no padrão de consumo de energia dos clientes e enviar equipes de campo para correção das irregularidades", Fábio Sapucaia.


A Cemig também incentiva a colaboração de outros consumidores por meio de denúncias, feitas de forma sigilosa pelos canais de atendimento, de possíveis fraudes. 



Campanha de conscientização


Para conscientizar a população sobre os riscos e prejuízos das ligações irregulares e orientar os clientes para que denunciem a prática, a Cemig lançou uma ação em parceria com lares de adoção de gatos. “Existem muitos gatos para serem adotados em abrigos de animais. Ao mesmo tempo, existem muitos “gatos” de energia para serem combatidos”, diz a diretora de Comunicação Empresarial e Sustentabilidade da Cemig, Cristiana Kumaira.

 


Belo Horizonte recebeu a iniciativa da Cemig na última sexta-feira (12/7) e contou com a parceria dos abrigos Cãomer e O Lobo Alfa. 

 

*Estagiária sob supervisão do subeditor Humberto Santos


 

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