Dezoito dias após o fim da greve dos professores e técnicos das universidades e escolas técnicas federais, apenas a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) ainda não retomou as aulas. Segundo comunicado oficial, o reinício das aulas está marcado para 5 de agosto, assim, os alunos da instituição terão completado 77 dias sem aulas.

 

A data foi definida por meio de votação. Na primeira rodada, três opções de datas foram apresentadas: 29 de julho, 5 ou 12 de agosto. Entretanto, nenhuma alcançou a maioria dos votos, sendo realizada uma segunda rodada somente com as duas alternativas mais votadas; 5 de agosto ganhou com 94 votos contra 49 para 12 de agosto.

 



 

Em relação ao novo calendário acadêmico de graduação, o presidente do Conselho Universitário da Universidade Federal de Uberlândia (Consun/UFU), Valder Steffen Junior, informou que haverá uma nova reunião para abordar a temática.

 

Outras universidades

 

Apesar das aulas do curso de fisioterapia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) terem voltado na última segunda-feira (8/7), o calendário de reposição para os demais cursos previa o início das atividades para esta segunda-feira (15/7).

 

A paralisação dos professores foi oficialmente encerrada em 27 de junho, mas cada instituição teve a liberdade de reconfigurar seus calendários acadêmicos para retomar as aulas do primeiro semestre de 2024. A primeira a voltar às atividades foi a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), no dia 10 de junho, antes mesmo da formalização do acordo com o governo federal.

 

A Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) também retornou às atividades antes do fim oficial da greve, no dia 20 de junho. Já o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais (IFMG) vem retomando aos poucos, com cada um dos 18 campus voltando às aulas entre os dias 26 de junho e 8 de julho.

 

A Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJ), o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sudeste de Minas Gerais (IF-Sudeste MG) e o Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG) retomaram as atividades acadêmicas no dia 3 de julho. No dia 8 deste mês foi a vez da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal de Lavras (UFLA) e da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM).

 

 

Acordo com o governo federal

 

A greve dos professores e técnicos das universidades e escolas técnicas federais foi oficialmente encerrada no dia 27 de junho, com a assinatura do termo de acordo entre as entidades sindicais e o governo federal.

 

Dentre as principais reivindicações dos professores e técnicos das instituições de ensino federal, estavam a reposição das perdas inflacionárias que chegam a 34,32% e a revogação de normas e portarias editadas pelo governo Bolsonaro que prejudicam as carreiras dos servidores federais e o fornecimento de bolsa para alunos. A proposta salarial do governo federal, no entanto, não contemplou essa recomposição e estabeleceu um escalonamento com aumento de 9% em janeiro do ano que vem e de 5% em abril de 2026.

 

* Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata

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