Após sofrerem um acidente de carro e caírem de um barranco de cerca de nove metros de altura, mãe e filho contaram com a solidariedade de moradores e funcionários, que trabalham próximos ao local, e foram retirados do veículo.

 

O carro capotou em um barranco na Avenida Mário Werneck, no Bairro Estoril, na Região Oeste de Belo Horizonte, na manhã desta segunda-feira (22/7). Inicialmente, o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) informou que o barranco teria cerca de 20 metros de altura. 

 


A vendedora Ana Paula Vieira conta que, quando viu o carro caído na avenida, em frente ao buffet onde trabalha, achou que a mulher e a criança estariam mortas. “Eu estava no meu escritório e ouvi um barulho muito alto. Logo pensei que fosse acidente. Quando atravessei a rua, o carro já estava de barriga para baixo com cheiro forte de gasolina. O pessoal que estava lá disse para não me aproximar porque poderia explodir, mas ouvi uma criança gritando ‘socorro, me ajuda’’, narra. 

 




Ana Paula, que é mãe de três filhos, relata não ter pensado duas vezes antes de tentar salvar o menino. “Me aproximei mais do carro e percebi um buraco pequeno no vidro. A criança estava com um dos dedinhos para fora, tentando ‘cutucar’ o vidro. Me cortei um pouco, mas consegui puxar a porta e tirá-la da cadeirinha”, conta. 

 


“A criança já tinha tirado o cinto. Foi bem esperta. Quando consegui tirar o menino do carro, corri para meu local de trabalho, e meus colegas foram ajudar a mãe. A boca dele sangrava muito, perdeu um dentinho. Ele chorava muito e falava: 'A mamãe não conseguiu virar o volante’. Ele estava muito em choque. Me preocupei só em acalmar a criança”, detalha. 


O menino ainda teria ajudado a entrar em contato com o pai para pedir ajuda. “Pegamos o telefone da mãe dentro da bolsa, e perguntei se o menino sabia o telefone do pai. Ele não sabia, mas conseguiu desbloquear o telefone da mãe e achar o contato. Conseguimos ligar, e o pai veio rapidamente”, explica Ana Paula. 

 

 

A mãe foi encontrada inconsciente dentro do veículo. “Ela estava sufocada, ‘roxa’. Ficou presa no cinto e não conseguia sair. Cortamos o cinto, e ela até caiu, porque estava pendurada no alto do carro. Algumas pessoas que moram no prédio ajudaram a retirá-la do carro e levaram extintores, porque estávamos preocupados com a explosão’, conta outro funcionário do buffet, Guilherme Rodrigues.

 

A mulher chegou a se sentar em uma mureta aguardando ser transportada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU). Guilherme ainda relata que viu o acidente acontecer. “O carro caiu do barranco, ‘rodou’ duas vezes, bateu na pedra, caiu em cima do outro carro e depois na moto”, narra. 


 

Leandro Simões é o dono do carro que foi atingido na queda, disse que trabalha há quase oito anos na região e que, quando o acidente ocorreu, estava quase na hora do seu almoço, mas se tranquilizou: “O carro tem seguro”.

 

Já a moto atingida era de um homem que estava na recepção de um prédio comercial em frente ao local do acidente e não tinha seguro. 

 

Até o momento, o local ainda está com cheiro forte de gasolina. A via foi interditada no sentido Avenida Barão Homem de Melo. 


 * Estagiária sob supervisão do subeditor Thiago Prata

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