Uma família foi abalada pelo assassinato de uma mulher no dia 22 de novembro de 2023. Jaqueline Maia foi morta a facadas pela própria vizinha durante uma briga na porta do condomínio onde viviam, no Bairro Jardim Vitória, Região Nordeste de Belo Horizonte. As testemunhas serão ouvidas nesta quinta-feira (25/07) pelo Tribunal do Juri e a audiência de julgamento está marcada para o dia 1° de agosto.
Lorena Maia Machado, filha da vítima, conta que era recorrente os atritos com a vizinha, que mora no mesmo condomínio que a família, há aproximadamente sete anos. Grande parte dos desentendimentos acontecem com Juliana, irmã de Jaqueline, que mora no apartamento logo acima ao da suspeita.
Segundo o Boletim de Ocorrência, no domingo, dia 19 de novembro de 2023, Juliana lavou a frente de seu apartamento e foi descendo com a água até o térreo. A vizinha então reclamou que ela havia sujado a frente de sua casa. Elas brigaram e a suspeita jogou um vaso de plantas nas costas de Juliana. A Polícia Militar foi chamada mas não compareceu, sendo feito exame de lesões corporais pelo Instituto Médico Legal (IML) no dia seguinte.
Na quarta-feira seguinte (22/11/2023), Juliana saiu para trabalhar e foi até o ponto de ônibus que fica na frente do condomínio acompanhada de sua mãe, Antônia, de 66 anos, e que sofre de Parkinson. Chegando lá, encontraram a vizinha e as três começaram uma discussão, que levou a suspeita a empurrar a idosa, que caiu no chão. Com isso, a filha revidou, dando início a uma luta corporal. O porteiro apartou a briga e a mulher foi para dentro da guarita.
Ao ouvir o barulho da briga, Jaqueline foi até o ponto de ônibus e encontrou a mãe machucada e tremendo. Foi atrás da mulher para tirar satisfações. “Minha mãe desceu desesperada e foi até onde minha avó estava e viu o estado dela. E entrou novamente e foi até a guarita. Nisso, a vizinha tinha pegado uma faca de cozinha e golpeou minha mãe quatro vezes. Ela não teve nem chance de se defender”, conta Lorena.
Imagens da câmera de segurança do condomínio mostram o momento que Jaqueline corre para dentro do prédio, seguida de vários moradores, e entra na guarita. Em seguida, ela sai amparada por um homem. A vítima foi socorrida e levada para a UPA Nordeste por outro morador que estava presente, mas não resistiu.
A suspeita foi presa em flagrante e foi concedido Habeas Corpus no dia 24 de novembro. Ela aguarda o julgamento em liberdade desde então.
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“A gente quer ver a justiça sendo feita. A gente não se conforma, estamos sofrendo o luto com ela solta. Ela passou o Natal e o Ano Novo com a família e a gente sofre a perda da minha mãe até hoje”, declara a filha.
Além disso, Lorena conta que o marido da suspeita teria agredido seu irmão e que o homem também ameaçou sua família no mesmo dia do crime. Ela e o filho buscaram ajuda psicológica e psiquiátrica para conseguir lidar com o trauma que viveram.
“Eu acho que as pessoas estão agindo muito pela emoção. Eu acho que tem que ter mais diálogo, entender o lado do outro. Não é tudo na violência, porque a violência ela acaba com uma família igual acabou com a minha”, diz Lorena.
A reportagem procurou a defesa da acusada e aguarda o retorno.