A advogada Carla Cristina Santos Silva, de 54 anos, que morreu em uma emboscada em Contagem, na Grande BH, em abril deste ano, virou alvo depois de ter ajudado a esposa de um ex-cliente a sair do país. A informação foi confirmada pela Polícia Civil de Minas Gerais em coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (24/7). 




 

O crime aconteceu na madrugada do dia 13 de abril no Bairro Parque Maracanã. A defensora e seu companheiro, de 32 anos, voltavam de um baile funk no Bairro Serra, na Região Centro-Sul de Belo Horizonte. Eles foram alvejados quando desembarcavam de um carro de aplicativo. Conforme o boletim de ocorrência registrado na época do crime, o veículo em que as vítimas estavam foi fechado por outro carro, dois homens armados saíram e fizeram os disparos.


Ítalo Fernandes de Almeida, delegado de homicídio de Contagem, explica que a investigação ainda está em andamento, mas que o possível mandante já foi identificado e preso pela Polícia Militar em junho deste ano, durante cumprimento de mandado de prisão por tráfico de drogas em um restaurante de luxo na Região da Pampulha, em Belo Horizonte. Além dele, outras três pessoas, que seriam os atiradores, estão foragidos. 


“Os executores já foram identificados. O crime foi filmado, através de testemunhas e também através de programas objetivos de identificação facial foi possível identificá-los”, informou o responsável pelas investigações.


De acordo com as investigações, o crime teria sido motivado por uma amizade de Carla com a então esposa do mandante do crime. Ítalo explica que, com o vínculo, a amiga teria confidenciado que era vítima de violência doméstica e que tinha “medo de morrer”. 


“A partir desse conhecimento, por bondade, a Carla auxiliou que essa pessoa deixasse o país, para se manter viva. Isso gerou a fúria desse indivíduo que, a partir disso, a considerou como inimiga e considerou a sua morte”, afirmou o delegado. 


Operação 

Na manhã dessa terça-feira (23/7), a Polícia Civil deflagrou uma operação para cumprimento de mandados de busca e apreensão nos endereços de familiares dos suspeitos de matarem a advogada. Os agentes chegaram aos locais a partir de compras online feitas com o cartão da vítima, roubado no dia do crime por um dos suspeitos. 


Segundo o responsável pelas apurações, os dois ventiladores comprados com o dinheiro da vítima foram entregues na casa de um familiar de primeiro grau de um dos suspeitos de atirar na mulher. Além dos equipamentos, os policiais apreenderam dois celulares, uma pedra de crack e dinheiro. 


“Após a execução, um dos autores subtraiu uma bolsa da vítima. Essa bolsa a gente teve conhecimento que tinha cartões bancários e também o celular dela. Tivemos notícia de que esse cartão foi utilizado após a sua morte. Então, nós fizemos a quebra do sigilo bancário da vítima e identificamos que foi feito uma compra no marketplace de dois ventiladores e, a partir disso, identificamos o endereço de onde a compra foi entregue, em uma das residências no Aglomerado Frigo Diniz”, disse o delegado Ítalo de Almeida. 

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