A primeira balança de pesagem em movimento do Brasil, instalada na BR-365 em Uberlândia, no Triângulo Mineiro, foi homologada pelo Inmetro nesta quinta-feira (1º/8), depois de um ano de testes. O equipamento permite que seja feita a pesagem dos veículos sem a necessidade que se reduza a velocidade - a economia de tempo na viagem pode chegar a mais de 30 minutos.
Durante os quase 12 meses de testes da balança automática, mais de 257 mil veículos foram pesados - o equipamento leva em média 1,6 segundo para fazer a aferição do peso. A tecnologia utilizada é chamada de High Speed Weight in Motion (HS-WIM) e combina o uso de sensores instalados nas pistas e de câmeras inteligentes posicionadas em pórticos.
Bruno Araújo Silva, gerente de operações da Ecovias do Cerrado, concessionária do trecho onde foi instalado o aparelho, destaca que o maior triunfo do novo equipamento é a maior eficiência na fiscalização, já que impede o motorista de fugir da pesagem.
“No modelo tradicional, a maioria dos motoristas não faz transbordo nem nada. Eles só evadem a balança e seguem viagem. Não usam o pátio para transbordar ou corrigir a carga e não tem nenhuma equipe nossa que faz apreensão do veículo. Na balança nova, ele vai ser fiscalizado, possivelmente vai ser autuado por excesso de peso e vai ser monitorado”, explica o gerente.
Apesar da homologação junto ao Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro), ainda faltam algumas etapas a serem realizadas antes que a balança automática entre em funcionamento pleno e gere autuações para os veículos que estiverem com excesso de peso.
“Agora a gente vai definir como será o modus operandi junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), à Polícia Rodoviária Federal (PRF) e a outros órgãos”, detalha Bruno Silva.
Difusão
Outras duas balanças de pesagem em movimento foram instaladas em rodovias administradas pela Ecovias do Cerrado, no Km 12 e no Km 110 da BR-364, em São Simão (GO) e Cachoeira Alta (GO). A BR-365 receberá outra, que já está sendo construída, no Km 649, em Uberlândia.
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O gerente de operações Bruno Araújo Silva acredita que outras balanças do tipo devem ser construídas por serem mais vantajosas economicamente - o investimento para instalar o modelo novo é de R$ 10 milhões, enquanto o modelo tradicional pode chegar a R$ 25 milhões.
“O Brasil não conhece o que roda nas rodovias. Em nenhum momento, durante todas essas décadas, foi pesado 100% do tráfego que passa na rodovia. Hoje, o modelo tradicional só pesa quem quer ser pesado”, explica.