Novo Cangaço em Varginha -  (crédito: Twitter/Reprodução)

Material apreendido pelos agentes durante a operação em Varginha

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A Polícia Rodoviária Federal (PRF) suspendeu o afastamento dos 23 agentes indiciados depois de uma operação que resultou em 26 mortes em Varginha, no Sul de Minas, em 2021. De acordo com a corporação, os policiais rodoviários federais, afastados preventivamente das atividades em 1° de março deste ano, permaneceram assim até 30 de abril. 


Depois desse período, a Corregedoria-Geral da PRF, “após constatar não haver impeditivo legal ou manifestação do Ministério Público Federal (MPF), da Polícia Federal (PF) ou da Justiça Federal para manutenção do afastamento preventivo, autorizou o retorno às atividades operacionais, sem prejuízo para o andamento dos trabalhos correicionais”, informou a instituição, em nota.

 

Em março, a PRF determinou o afastamento dos 23 agentes. Os policiais deveriam permanecer em funções administrativas até a conclusão do caso na Justiça.

 

O inquérito da Polícia Federal sobre o caso - que ficou conhecido como a “Chacina de Varginha”-, concluído em fevereiro, apontou “indícios de possíveis excessos na ação policial”, incluindo tortura e adulteração de provas, durante a operação. 

 

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Os 23 policiais rodoviários federais e 16 militares foram indiciados e vão responder pelos crimes de tortura, autoria e coautoria de homicídio qualificado, além de fraude processual.

 


A princípio, os agentes envolvidos disseram ter ocorrido uma troca de tiros com bandidos do “Novo Cangaço”, modalidade conhecida por alta violência e roubos a bancos. As investigações da PF, porém, apontaram que os alvos foram surpreendidos e não estavam armados no momento. A troca de tiros, defendida pelos agentes, teria sido forjada.

 

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A ação ocorreu em duas chácaras, nas quais a quadrilha estava reunida. O exame pericial indicou que, em uma das chácaras, os policiais dispararam pelo menos 216 vezes, contra oito disparos efetuados pelos suspeitos de integrar a quadrilha. Além disso, há armas que não foram entregues para exames. No primeiro imóvel, 18 integrantes da quadrilha foram mortos. No segundo, oito. Nenhum policial ficou ferido.


Na época, a ação chegou a ser comemorada pelas autoridades de segurança e descrita como a maior operação contra o "Novo Cangaço". Em nota, a PRF afirmou estar colaborando com as autoridades e que reabriu, no “âmbito administrativo, um procedimento apuratório em 2023, diante do surgimento de novas evidências”.

 

O MPF informou, em nota, que não se manifestou sobre o afastamento dos policiais "porque essa foi uma medida administrativa adotada pela Corregedoria da PRF no exercício das suas atribuições". O ministério também informou ter pedido que um inquérito policial fosse instaurado para investigar a conduta dos agentes envolvidos no episódio. Por fim, disse que pediu novas diligências, "porque entende que ainda existem fatos a ser apurados".

 

O Estado de Minas entrou em contato com a Polícia Federal (PF) para saber o motivo de não terem se manifestado e aguarda resposta.