Uma mulher de 33 anos foi indiciada por seis crimes depois que foi presa suspeita de usar perfis falsos em redes sociais para perseguir, ameaçar e assediar vítimas. A detenção aconteceu em 21 de junho, no Bairro Pindorama, na Região Nordeste da capital. Ela foi indiciada por falsa identidade, uso de documento de terceiro como se fosse próprio, violência psicológica, ameaça, perseguição e satisfação lascívia mediante fraude. Até o momento, nove vítimas foram identificadas.
De acordo com a delegada Karine Tassara, as investigações começaram em 22 de maio deste ano depois que uma mulher procurou a polícia alegando que manteve relacionamento afetivo virtual com um homem e, assim que a relação acabou, começou a ser ameaçada e perseguida por ele. No entanto, ao longo das investigações foi constatado que se tratava de um perfil falso e que uma mulher estaria por trás dos crimes.
Além do perfil do homem, identificado como “Diego”, a suspeita também criava personagens fictícios usando fotos de outras pessoas para dar força ao seu personagem. “É interessante observar que ela chegava a se encontrar pessoalmente com as vítimas e se apresentava como prima ou cunhada do personagem. E, por vezes, ela se tornava amiga da vítima. Uma delas se tornou tão próxima a ela que sofreu inúmeras violências psicológicas, porque contava confidências do relacionamento que eram usadas pelo perfil do homem contra a vítima”, explica a delegada.
Modo de agir
As vítimas eram selecionadas em festas ou pelas redes sociais. No primeiro caso, conforme a PCMG, a suspeita entrava em contato com as mulheres por um perfil paralelo dizendo que um conhecido seu a teria visto em uma fotografia e se interessado por ela. Em seguida, ela pedia o contato de telefone e começava a conversar.
Tassara explica que além de fingir ser uma pessoa para engatar o relacionamento virtual, a indiciada também tentava manter relação sexual virtual com as vítimas. Para a delegada, o objetivo principal do golpe era se passar por um homem e manter um relacionamento afetivo com as mulheres e, com isso, se beneficiar com o sexo virtual.
Ao ser presa, a mulher confessou que mantinha os perfis, confirmou que seu personagem se relacionava com as vítimas e negou as ameaças, perseguições e o sexo virtual. “Mas [os crimes] foram comprovados nos autos através de laudos periciais em que foi possível identificar diversas ameaças, perseguições, ligações insistentes para as vítimas, e seus familiares”, afirma a chefe da investigação.
Em um primeiro momento a indiciada alegou que cometeu os crimes por ódio a mulheres. No entanto, em um segundo momento, ela afirmou que gostaria de ser o seu personagem e que gostava de manter o contato com as vítimas e que quando foi bloqueada se irritou.
Alerta
A delegada Danúbia Quadros, chefe da Divisão Especializada em Atendimento à Mulher e à Pessoa com Deficiência e Vítimas de Intolerância (Demid), ressaltou a gravidade desses dois crimes e a importância das denúncias precoces.
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“Estamos aqui mais uma vez, dando continuidade às ações do Agosto Lilás, destacando que é essencial que as mulheres denunciem desde o primeiro ato de violência. É fundamental buscar ajuda e medidas protetivas para evitar que situações como essas se agravem”.