O Governo Federal anunciou nesta quarta-feira (7/8) o novo sistema de avisos da Defesa Civil Nacional, o “Defesa Civil Alerta”. O objetivo dele é garantir uma disseminação mais rápida e eficiente por meio de notificações em celulares sem a necessidade de cadastro prévio. O projeto-piloto será implantado em 11 municípios brasileiros a partir deste sábado (10/8). Em Minas Gerais, a cidade escolhida foi Indianópolis, às margens do Rio Araguari, no Triângulo Mineiro.
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O novo sistema permite o envio de alertas de desastres como alagamentos, enxurradas, deslizamentos de terra, vendavais, chuvas de granizo, incêndios florestais e entre outros. A mensagem, transmitida pelas antenas de telefonia móvel com sinais 4g e 5g, será acompanhada de aviso sonoro, que em casos graves vai tocar até mesmo quando o celular estiver no silencioso. A notificação irá aparecer sobreposta a qualquer outro conteúdo que possa estar sendo acessado.
O projeto é brasileiro e foi desenvolvido pelos Ministérios das Comunicações (MCom) e Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), em parceria com Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e quatro operadoras de telefonia.
O que muda
Armin Augusto Braun, diretor do Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) da Defesa Civil Nacional, cita atuais maneiras de alerta do órgão e explica possíveis limitações. A notificação via SMS, por exemplo, condiciona os avisos às pessoas que se cadastraram, algo que o Defesa Civil Alerta não irá requisitar. Além disso, pelo cadastro ser por CEP, a notificação do SMS é enviada de acordo com a área referente ao código, o que impossibilita que visitantes ou estrangeiros recebam alertas da região.
Outra maneira de receber alertas é por meio de canais da Defesa Civil no Telegram ou Whatsapp, mas eles também demandam inscrição.
No entanto, Waldez Góes, ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, destaca que o Defesa Civil Alerta não anula os outros métodos de notificação. “Cercar um país com dimensão continental, com densidades demográficas totalmente diferenciadas e também com desafios gigantes, dada agora a intensidade e a frequência dos eventos, considerando mudanças climáticas, devemos nos valer de todas as possibilidades de preparar as pessoas para lidar com a situação do risco, seja físico ou material, patrimonial”, diz.
O ministro da Secretaria Extraordinária de Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, Paulo Pimenta, esteve presente no anúncio do projeto, uma vez que o estado sofreu recentemente uma catástrofe climática e tem dois de seus municípios contemplados na implementação do projeto piloto — Muçum e Roca Sales. Ele defendeu que “não é só tecnologia. Envolve treinamento, capacitação e mudança de comportamento das pessoas, por isso a importância desses testes que vão começar neste sábado”.
Os municípios
Os municípios selecionados para os primeiros testes são: Roca Sales (RS), Muçum (RS), Blumenau (SC), Gaspar (SC), Morretes (PR), União da Vitória (PR), São Sebastião (SP), Cachoeiro do Itapemirim (ES), Indianópolis (MG), Petrópolis (RJ) e Angra dos Reis (RJ). Serão 30 dias de teste, após esse período, o sistema será expandido para todo o país de forma gradativa.
O diretor do Cenad da Defesa Civil Nacional explicou que alguns dos critérios utilizados para definir os 11 municípios foram ocorrência de desastres e experiência em emissão e operação de alertas. Como o caso de Angra dos Reis, que tem central nuclear; Petrópolis, atingido por crise climática em 2022; e São Sebastião, onde, em 2023, 64 pessoas morreram por deslizamento de terra após temporais.
De acordo com a Defesa Civil Estadual, Indianópolis, com 6.171 habitantes, foi escolhida entre os municípios “devido à praticidade de realização do teste, considerando o tamanho do território, o número de habitantes, as condições de colheita do feedback proposto para avaliação do projeto piloto, bem como a comunicação facilitada e com antecedência ser possível em municípios deste porte”. O órgão também informou que o município não se sobressai em relação a quantidade ou severidade de eventos adversos.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Humberto Santos