As chamas foram intensificadas com pedaços de colchões e uniformes -  (crédito: Reprodução/Redes Sociais)

As chamas foram intensificadas com pedaços de colchões e uniformes

crédito: Reprodução/Redes Sociais

Detentos da Penitenciária Nelson Hungria, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, atearam fogo em celas que ficam em um dos anexos do prédio, na noite dessa segunda-feira (12/8). O princípio de incêndio, que pode ter sido provocado por causa da proibição de cigarros no sistema prisional feita pelo governo Zema, foi controlado por policiais penais da unidade. 


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Um vídeo das chamas foi gravado por pessoas que estavam em celas do andar superior ao local do incêndio. Na gravação, um homem afirma que o crime teria sido uma forma de protesto pela proibição da entrada e consumo de cigarros em unidades prisionais de Minas Gerais, a medida está em vigor desde o início de julho. 


“Vai virar ein. O ‘bagulho’ vai ficar doido. Quer cortar o cigarro do preso? Vai dar ruim. A bruxa tá solta ein”, grita um detento. 


 

As chamas foram intensificadas com pedaços de colchões e uniformes que foram jogados no corredor pelos homens. Conforme a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), dois presos foram encaminhados para uma Unidade de Pronto Atendimento da cidade com sinais de intoxicação pela fumaça. Eles já retornaram ao sistema prisional e “passam bem”. 


 

Por meio de nota, a Sejusp informou que um procedimento administrativo foi instaurado para apurar o ocorrido e possíveis danos ao patrimônio. Nesta terça-feira (13/8), policiais penais fizeram revistas nas celas. Durante o procedimento foram apreendidos um aparelho celular, um carregador artesanal e um chip de telefone. Um presidiário passará pelo Conselho Disciplinar e poderá sofrer sanções. 


A reportagem questionou à pasta sobre a possibilidade de o problema ter sido provocado pela suspensão dos cigarros, mas até a publicação desta matéria não houve resposta. 


 

Sem cigarros 


O governo de Minas Gerais determinou a proibição da entrada e o consumo de cigarros em unidades prisionais do estado. O memorando assinado pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) e pela Superintendência de Segurança Prisional leva em consideração as leis Federal 9.294/1996 e Estadual 18.552/2009, que proíbem o fumo em ambientes fechados. 


De acordo com o documento, os prazos finais para a retirada total dos cigarros são: 

 

  • 31 de julho para unidades de pequeno porte e Centros de Remanejamento (Ceresp)

  • 31 de agosto para unidades de médio e grande porte


Os diretores regionais tiveram que atuar nas respectivas Regiões Integradas de Segurança Pública (Risp’s) com planejamentos logísticos para deslocar grupamentos, caso seja preciso, com a finalidade de garantir a ordem e segurança em todas as unidades prisionais, segundo o documento. 


À época, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que a proibição já acontecia em 46% dos presídios e penitenciárias administradas pelo Departamento Penitenciário de Minas Gerais. De acordo com a pasta, a decisão é baseada em dois eixos: Saúde e Segurança.