MPMG e forças policiais deram entrevista coletiva após operação -  (crédito: Vinícius Lemos/Rede de Notícias)

MPMG e forças policiais deram entrevista coletiva após operação

crédito: Vinícius Lemos/Rede de Notícias

Traficantes de drogas de Uberlândia usaram empresas de fachada para lavar dinheiro por meio do patrocínio a times do futebol amador da cidade do Triângulo Mineiro. A operação Liga dos Campeões, deflagrada nesta terça-feira (13/8) pelo Ministério Público de Minas Gerais, em conjunto com a polícias Militar e Civil, busca desarticular o grupo criminoso que envolve 17 pessoas e 15 empresas. O líder da quadrilha chegou a tentar candidatura a vereador em 2020.

 

 

De acordo com investigações que já duram dois anos, um braço de uma facção ligada ao tráfico de drogas abriu uma série de empresas nos ramos de tabacaria, conveniências, revenda de veículos, academia e até um prostíbulo para lavar dinheiro. Em seguida, pelo menos dois times da liga de futebol amador de Uberlândia receberam patrocínio por meio desses empreendimentos.

 

 


 

"Só que esse não é aquele tipo de tráfico de drogas que estamos acostumados, de compra e venda no varejo. Foi levantado o financiamento dessa organização criminosa do futebol amador e a gente começa a perceber que essa facção começa a entrar em segmentos lícitos da sociedade, como forma de angariar espaço na sociedade e criar poderes paralelos ao Estado", disse o promotor Thiago Ferraz.

 

 

Na última eleição, há quatro anos, o cabeça do grupo só não conseguiu concorrer a uma cadeira na Câmara de Uberlândia por ter ficha suja. Ele já foi condenado por tráfico de drogas e associação para o tráfico, o que o levou a ter a candidatura impugnada pela legislação.

 

 

O MPMG vai analisar o conteúdo de aparelhos eletrônicos apreendidos para descobrir se os clubes sabiam da ação ilícita de seus patrocinadores.

 

 

Tanto as pessoas por trás das empresas quanto as firmas foram alvos de 27 mandados de busca e apreensão cumpridos em todas as regiões de Uberlândia por policiais militares e policiais civis. A organização criminosa é investigada e ainda pode estar ligada à venda ilegal de terrenos em uma ocupação de sem-teto na cidade.

 

 

"Eles estão diversificando negócios, como entorpecentes em presídio, que se tornam uma moeda de troca, tentam dissimular ganho ilícitos com vendas de veículos e estão investindo no futebol como forma de lavagem de capitais", disse o delegado chefe do 9º Departamento da Polícia Civil, Marcos Tadeu Brandão.


 

 

Festas e carros de luxo divulgados em redes sociais chamaram a atenção para os suspeitos. Oito carros e uma moto aquática foram apreendidos.

 

 

Ao todo quatro pessoas foram detidas, todas flagrantes. Com essas pessoas conduzidas foram encontradas drogas, uma arma sem documentação e anabolizantes.

 

 

As ações envolveram a atuação de quatro promotores de Justiça, 44 policiais civis e 55 policiais militares.

 

 

"Guarnições fardadas e nosso pessoal de inteligência participaram da operação. Esse compartilhamento de informações ajuda no trabalho de rua e a operação foi um sucesso", afirmou o major da PM Luciano Parreira.