Vitória foi morta a facadas pelo ex-namorado na Avenida Antônio Carlos -  (crédito: Acervo pessoal )

Vitória foi morta a facadas pelo ex-namorado na Avenida Antônio Carlos

crédito: Acervo pessoal

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) afirmou que a morte de Vitória Alves Silva, de 22 anos, foi premeditada. A informação foi divulgada em coletiva de imprensa na tarde desta quarta-feira (14/8). O crime ocorreu em 7 de agosto, na Avenida Presidente Antônio Carlos, na região da Pampulha, em Belo Horizonte. Wallef César Oliveira Gonçalves, de 27 anos, foi indiciado por feminicídio.

 

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Informações da Polícia Militar indicam que a vítima foi surpreendida pelo homem, que chegou pilotando uma moto, enquanto passava próximo ao número 7.525 da Avenida Presidente Antônio Carlos. O boletim de ocorrência relata que, no dia do assassinato, o homem teria passado "a tarde toda em seu apartamento planejando tirar a vida da ex-namorada".

 

Suspeito e vítima iam se casar em novembro deste ano, mas o relacionamento foi rompido três dias antes do assassinato, no domingo (4/8). De acordo com a delegada Iara França, responsável pela investigação, desde a separação o homem tentou entrar em contato com Vitória, alegando que queria tratar das questões burocráticas do cancelamento do noivado.

 

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“Com certeza, esse crime foi friamente premeditado. O autor foi extremamente dissimulado ao fingir que aceitou o término do noivado. Mas ele tentou conversar com ela, ludibriar a vítima para tratar do financiamento de um apartamento que compraram juntos e discutir algumas burocracias. Em seguida, passou a perseguir e monitorar todos os passos da vítima para alcançá-la no momento oportuno”, conta Iara França.

 

Imagens de câmeras de segurança flagraram o momento em que Wallef César Oliveira Gonçalves se aproxima de Vitória. Os dois conversam por um tempo, e, em determinado momento, a jovem percebe que o ex-companheiro está com uma faca. Ela tenta se afastar, mas é impedida pelo homem, que começa a desferir os golpes.

 

As investigações mostraram que a faca usada no crime teria sido um presente de casamento do casal. França explica que, durante diligências no apartamento do casal, no Bairro Pedra Azul, em Contagem, foi encontrado um sofá com marcas de corte de faca, que o homem teria usado para ensaiar o ataque.

 

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“As duas facas usadas no crime foram retiradas de um kit de cozinha que o casal ganhou como presente de chá de panela. A brutalidade do ataque foi tamanha que uma das facas rompeu a lâmina e o cabo. Isso demonstra a premeditação extrema e a frieza do autor. Quando a primeira faca se quebrou e a lâmina ficou deformada, ele usou uma segunda faca. Mesmo com a vítima já caída no chão, ele continuou a esfaqueá-la, focando principalmente na cabeça, evidenciando o seu ódio”, explicou a delegada.

 

Wallef tentou fugir e entrou no campus da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), pela Avenida Carlos Luz, na Pampulha. Ele foi perseguido e detido por policiais militares do 34º Batalhão. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a ser acionado para atender a vítima, mas Vitória morreu no local.

 

 

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Renato Xisto, pai da jovem, conta que ela era uma menina cheia de vida e saúde, e que todos estão “totalmente arrasados e sem paz”. Em entrevista ao Estado de Minas, ele afirmou que o casal planejava se casar em novembro. Segundo seu perfil nas redes sociais, a jovem era formada em investigação e perícia criminal. “Saíram no domingo (4/8) para uma festa, ele bebeu muito e ela decidiu terminar o relacionamento. Ele não aceitou o término e cometeu esse crime”, disse Renato.

 

No dia do término, o investigado publicou em uma rede social que suas escolhas não iriam doer em apenas uma pessoa. O post foi feito às 23h33. O corpo da jovem foi liberado do Instituto Médico Legal (IML) e retirado ontem pelos familiares. Vitória foi velada no Cemitério Belo Vale, Capela Cuidado, localizado na Avenida Adair de Souza, 20, Belo Vale, em Santa Luzia, na Grande BH.