O Aglomerado Cabana do Pai Tomás, localizado na Região Oeste da capital mineira, vai ganhar um museu virtual para contar a história da comunidade e de seus moradores. A iniciativa é do SoFiA, programa de extensão popular e divulgação científica do Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais (Cefet-MG).
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A expectativa para lançamento do site do museu, que ainda será oficialmente batizado com ajuda dos moradores do Cabana, é outubro deste ano, na Semana Nacional da Ciência e Tecnologia. O acervo do museu será composto por registros levantados pelo SoFiA ao longo dos anos e por memórias de residentes da comunidade.
Bráulio Chaves, coordenador do projeto e professor no Departamento de Ciências Sociais e Filosofia do Cefet-MG, conta que o programa nasceu em 2016 e, desde então, desenvolve um conjunto de ações com a comunidade do Cabana.
Ele, que também é pesquisador da Fiocruz Minas, diz que a trajetória que culminou na construção do museu virtual é de anos e um dos pontos-chave foi o projeto, dentro do SoFiA, chamado Artes de Curar, Rezar e Brincar. “Foi a possibilidade de construir a história da comunidade numa visibilidade de saberes que estão em apagamento”, diz Bráulio, que destaca a importância do conhecimento popular e ancestral junto da história política, como o disseminado nas guardas de congado.
“A gente tem construído, de forma mais sistemática, um banco de documentos, acervos de imagem, entrevistas e compondo o acervo desse museu virtual que está sendo construído”, conta
Interativo
Um ponto de destaque do museu é a interação que ele irá estabelecer com os moradores do Cabana, o que Bráulio chama de história pública. “Não vai ser um museu pronto. Vai ser um museu em eterna construção. O menu vai ter uma seção sobre a história, história política, parte do Artes de Curar, Rezar e Brincar, mas também vai abrir uma parte para as pessoas contarem suas histórias e anexarem imagens”, explica o professor.
Além de visibilizar saberes que estão sendo apagados, Bráulio acredita que o projeto é importante porque permite que a população veja que “uma instituição como o Cefet, que muitas vezes é identificada como uma instituição tecnológica, no sentido mais imediato do termo, pode contribuir para outras perspectivas, de outros saberes e outros conhecimentos”.
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Lorrayne Batista, jornalista e moradora do Cabana, acredita que o projeto é de extrema importância para a região, que é marginalizada pela sociedade. “Com um museu podemos deixar a público nossas histórias de fundação do bairro, resistências, lutas e culturas, desmistificando o discurso que favela só é lugar de violência”, diz a idealizadora do Conecta Cabana.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Fábio Corrêa