O delegado Rafael Gomes foi preso novamente nessa quinta-feira (15/8) após o Tribunal de Justiça de Minas Gerais revogar a decisão que havia concedido liberdade provisória a ele e a outros policiais acusados na Operação Transformers, do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG). A desembargadora Paula Cunha e Silva assinou a ordem de prisão preventiva na terça-feira (13), que inclui, além de Gomes, outros cinco policiais. O pedido da revogação foi feito pelo MPMG.
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"A prisão cautelar não configura antecipação da pena, porquanto não decorre do reconhecimento da culpabilidade, mas, sim, da periculosidade dos agentes, seja para a garantia da ordem pública, da futura aplicação da lei penal ou, ainda, conveniência da instrução criminal", escreveu a desembargadora.
Segundo Paula, a prisão preventiva é necessária para se manter a ordem pública. "A prisão preventiva ainda é necessária mesmo com o encerramento da produção probatória, porquanto calcada, sobretudo, na garantia da ordem pública", finalizou.
Gomes e seus colegas estavam soltos desde novembro do ano passado. Eles são investigados por suspeitas de tráfico de drogas, lavagem de dinheiro, corrupção, roubo, receptação e adulteração veicular em Juiz de Fora e região. De acordo com o Ministério Público, o grupo pode ter movimentado mais de R$ 1 bilhão em entorpecentes.
A sentença final desse caso ainda não foi proferida. A reportagem não conseguiu contato com a defesa de Rafael Gomes.
Relembre o caso
A Operação Transformers foi deflagrada pelo MP em 20 de outubro de 2022, resultando na prisão do delegado Rafael Gomes e de outros seis investigadores. A investigação, que durou cerca de dois anos, revelou que o grupo roubava carros, desmontava as peças e montava novos veículos, os quais eram utilizados para abastecer o tráfico de drogas.
Segundo o promotor Thiago Fernandes de Carvalho, a operação cumpriu 61 mandados de busca e apreensão, 148 de sequestro de veículos, dez de sequestro e indisponibilidade de imóveis, além de apreensões financeiras que totalizaram R$ 55 milhões. Ao todo, foram expedidos 31 mandados de prisão, todos cumpridos em Juiz de Fora, Esmeraldas, Três Corações e Botelhos.
O grupo, composto por membros da Polícia Civil, divulgava informações privilegiadas para outros integrantes da organização criminosa. O MP suspeita que, nos últimos cinco anos, a quadrilha tenha movimentado cerca de R$ 1 bilhão, com ramificações que abrangem todo o território nacional e envolvem lavagem de dinheiro em setores como shows artísticos, comércio de roupas e alimentos.