Na manhã desta quarta-feira (21/8), o Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos de Minas Gerais (Cira-MG) deu continuidade à operação "Castelo de Vento", iniciando sua segunda fase em Uberaba, no Triângulo Mineiro. A ação tem como objetivo desmantelar um esquema de sonegação de impostos no setor de indústria e comércio de carnes, que tem causado prejuízos significativos ao Estado.
Nesta nova etapa da operação, foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão em residências ligadas aos suspeitos, além do sequestro de três veículos e sete imóveis. Cerca de R$4 milhões em dinheiro foram apreendidos, reforçando as suspeitas de que o principal alvo da operação estava utilizando "laranjas" para movimentar recursos e ocultar seu patrimônio. O investigado, que já possui um histórico de fraudes tributárias, acumula débitos de aproximadamente R$12 milhões junto ao Fisco Estadual. O nome dele não foi divulgado.
A operação, coordenada pela Promotoria de Justiça de Uberaba, pela Coordenadoria Regional de Defesa da Ordem Econômica e Tributária (Caoet) e pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), cumpre mandados expedidos pela 3ª Vara Criminal da Comarca de Uberaba. A ação faz parte de um esforço contínuo para reprimir a sonegação fiscal e recuperar ativos desviados do Estado, afirmou o MP.
Relembre a primeira fase da operação
A primeira fase da Operação "Castelo de Vento" ocorreu em 8 de maio deste ano, quando foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva e 18 mandados de busca e apreensão, desmantelando parte significativa do esquema criminoso. Na ocasião, quase R$2 milhões em espécie foram encontrados escondidos em um compartimento secreto na casa de um dos empresários investigados.
Os quatro suspeitos presos na primeira fase continuam detidos, enquanto as investigações foram ampliadas, envolvendo mais de 20 pessoas e diversas empresas. Desde o início da operação, 37 produtores rurais regularizaram a venda de mais de 10 mil cabeças de gado, resultando na recuperação de R$6,7 milhões em Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) para o Estado de Minas Gerais.
Além da recuperação financeira, foram aplicados autos de infração que somam mais de R$1,5 milhão contra as empresas envolvidas no esquema. O trabalho de auditoria continua, com o objetivo de identificar e responsabilizar todos os envolvidos na sonegação de impostos.