Troca de tiros entre policiais teria sido motivada por desavenças em pizzaria de BH -  (crédito: Jair Amaral / EM / D.A Press - 29/05/2017)

Troca de tiros entre policiais teria sido motivada por desavenças em pizzaria de BH

crédito: Jair Amaral / EM / D.A Press - 29/05/2017

Um policial civil foi condenado a dois anos e seis meses, em regime aberto, por disparar sua arma de trabalho durante uma discussão com policiais militares em uma pizzaria na Região da Pampulha, em 2017. A decisão foi tomada nesta sexta-feira (23/8), sete anos após o crime.


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Anderson Luiz Morais de Lacerda também foi acusado de lesão corporal e vias de fato, mas, até o julgamento, esses crimes prescreveram. Em sua decisão, o juiz Ricardo Sávio de Oliveira, do Tribunal do Júri, afirmou que Anderson confessou ter usado sua arma, mas que os disparos ocorreram em legítima defesa.


 

Além do réu desta semana, outros três envolvidos já passaram por audiência. O policial militar Flávio Luiz Morais de Lacerda foi absolvido da acusação de vias de fato. Já André Luiz Mendes, também militar, foi condenado por tentativa de homicídio. No processo contra o bombeiro militar Pablo Porto do Carmo, foi decidida a extinção da punibilidade, ou seja, o fim do direito do Estado de punir um indivíduo por um crime.


Relembre o caso


O crime aconteceu em maio de 2017. Conforme o registro policial, a confusão teria começado depois que os militares decidiram tirar satisfações com a dupla de civis porque um deles teria olhado para duas mulheres que estavam acompanhando o primeiro grupo. Na ocorrência, consta que a jovem de 19 anos estava saindo do local de mãos dadas com um dos soldados, no momento em que foi chamada de “gostosa” por um dos civis. O soldado teria pedido que ela saísse da pizzaria e disse que iria resolver o problema. Ele relatou aos investigadores que, ao pedir que ela se retirasse, recebeu um xingamento como resposta.


 

Nesse momento, o soldado relata que um dos civis deu um tiro perto de seu pé. Em seguida, ele afirma que o policial civil ainda apontou a arma em direção à sua cabeça e ameaçou que ele iria morrer. A partir daí, a confusão se generalizou, com luta corporal e disparo de mais tiros, com a chegada dos demais policiais militares e do bombeiro.


 

O confronto continuou na rua, com policiais se abrigando atrás de carros e árvores, até que a situação foi contida e as viaturas da PM chegaram ao local. Ainda segundo a ocorrência, para não agravar a tensão, todos os envolvidos foram levados para a delegacia. Uma das pessoas que estava no local afirmou ter corrido para a cozinha durante a confusão e negou que tiros tenham sido disparados dentro do estabelecimento. Segundo a testemunha, todos os disparos ocorreram do lado de fora. "O susto foi muito grande, mas graças a Deus ninguém se machucou", afirmou.


 

O Grupo de Pronta Resposta (GPR) da Polícia Civil esteve no local, assim como várias unidades da PM e dos bombeiros. Três armas foram recolhidas, duas dos soldados envolvidos e uma de um dos investigadores.