Os incêndios que atingem Minas Gerais e parte do Brasil podem se intensificar ainda mais em setembro. De acordo com o coronel militar reformado e especialista em meio ambiente, Anderson Passos, esse mês concentra metade de toda a área queimada em um ano inteiro.
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“A partir de 15 de julho, começa o período de estiagem. As chuvas param antes disso, mas ainda há alguma umidade. Porém, ela diminui muito a partir de julho na Grande BH. No final de agosto, começam os incêndios que estamos vendo agora. Em setembro, porém, metade de tudo o que queimou durante o ano inteiro vai queimar. Metade do dano ambiental, das queimadas e dos problemas ocorre em setembro”, afirma.
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Ele afirma que é preciso investir em prevenção. “É necessário preparar todos os recursos para chegar ao final de setembro ainda com fôlego para combater esses incêndios, que são tão graves. Os mais críticos ocorrem em setembro, pois o clima está ainda mais seco. Se este ano seguir o padrão das últimas décadas, o comportamento será o mesmo.”
Segundo o ex-bombeiro militar, o cenário pode variar. “Houve uma área com muitos incêndios este ano. Talvez o regime de chuvas não seja suficiente para recompor toda a vegetação daquela área, mas uma região que não queimou pode vir a queimar. É fundamental entender que no período de estiagem não se pode brincar com fogo. É preciso ter responsabilidade sobre as ações, cuidar da sua área, porque basta uma pequena fagulha para que tudo tome proporções muito grandes”, alerta.
Mudança de cultura
O especialista destaca que, para evitar incêndios em vegetação, é necessária uma mudança de cultura. Ele cita o exemplo do uso do cinto de segurança no banco traseiro dos veículos. “O Código de Trânsito Brasileiro é de 1998, e muita gente ainda não usa cinto de segurança no banco traseiro. E não custa nada, é um hábito. A pessoa precisa apenas fazer o movimento de colocar o cinto para ter muito mais segurança. Já vi muitos acidentes em que as pessoas se machucaram gravemente porque não usavam o cinto. É inexplicável, mas mudar a cultura é difícil”, ressalta.
“Precisamos refletir sobre quanto tempo vamos demorar para mudar a cultura de jogar lixo na rua ou de colocar fogo para limpar lotes vagos”, conclui.