Sabia que há duas décadas, uma igreja católica no Centro de Belo Horizonte recebe sírios refugiados? Com a entrada voltada para a Avenida Prof. Alfredo Balena, Bairro Funcionários, Região Centro-Sul da capital mineira, a Paróquia Sagrado Coração de Jesus já mudou a vida de mais de 160 refugiados do país árabe.
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Quem conta a história é o Padre George Rateb Massis, que chegou no início dos anos 2000, para assumir a instituição religiosa, que tem um vínculo com a comunidade síria-libanesa desde a década de 40. Porém, essa relação foi mais acentuada a partir de 2014, quando o Governo permitiu a entrada de sírios no país, para aqueles que quisessem fugir da guerra civil local.
Assim, a paróquia passou a acolher os refugiados do país árabe em uma casa de acolhimento com cinco quartos. Era tanta gente que eles se apertavam nos beliches. No começo chegavam apenas homens jovens e solteiros, mas com o passar do tempo a instituição religiosa começou a receber famílias inteiras. O padre George conta que ajudou os sírios na assimilação da nova cultura, em coisas básicas como abrir conta bancária, onde comprar alimentos, qual ônibus pegar e principalmente na comunicação, já que ofertava aulas de português na igreja.
O padre conta que desde a pandemia, a entrada dos refugiados sírios no Brasil não é mais liberada, mas ressalta o valor de todo o trabalho, que deu para estes refugiados uma nova chance de viver. E teve aqueles que aproveitaram bem a oportunidade, construíram uma família, formaram na faculdade e abriram estabelecimentos culinários pela capital mineira. George explica que isso vem da cultura dos sírios, que são pessoas acostumadas a fazer as coisas acontecerem, mesmo com todas as adversidades.
Ele fala da vontade dos primeiros refugiados, de pessoas que chegaram aqui com apenas uma mala pequena de roupa e agora são pequenos empresários. Por isso, o líder da instituição afirma que o preconceito com refugiados não pode existir, ainda mais com os sírios - que são pessoas que ajudam no crescimento do país, porque são bons pedreiros, técnicos elétricos e pintores, áreas estas que, segundo ele, estão em falta no mercado. “Eu convido as pessoas a reconhecerem o valor destes refugiados, dos quais tenho orgulho e espero que retribuam o carinho que os brasileiros têm com ele. Belo Horizonte merece bons cidadãos”, conclui o pároco.
*Estagiário sob supervisão do subeditor Rafael Oliveira