Uma mulher de 23 anos foi presa no dia 8 de maio suspeita de praticar o crime de stalking, depois de perseguir durante cinco anos um médico e sua família em Ituiutaba, cidade do Triângulo Mineiro. Kawara Welch ficou conhecida pelo caso, mas também responde por roubo, motivo pelo qual irá à audiência de instrução e julgamento designada para ocorrer no dia 10 de setembro. 

 




Pelo processo de ameaça, a ‘stalker’ tem audiência marcada para 14 de agosto de 2025. Kawara soma 12 passagens pela Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), registradas entre 2021 e 2023. 


Perseguição

Kawara era paciente do médico e, em 2019, teria começado a persegui-lo, alegando estar apaixonada por ele. O especialista teria parado de atender a mulher, e ela passou a fazer ameaças e a ligar para familiares do profissional.


A vítima disse que havia sido procurada pela jovem para tratar de uma depressão, no entanto, ela tentou um relacionamento. Como ele se negava, a mulher enviava mensagens e imagens em que amarrava uma corda ao pescoço e simulava um enforcamento.


Depois, ameaçava mostrar as conversas que tiveram para a esposa do médico. Em um dia, chegou a mandar 1.300 mensagens e a fazer mais de 500 ligações por celular.


O médico e sua esposa registraram 42 boletins de ocorrência por perturbação do sossego, ameaça e extorsão. Kawara também furtou o celular da esposa do médico dentro da clínica, o que levou a Justiça a expedir um mandado de prisão contra ela.


Justiça nega soltura

No dia 25 de maio deste ano, a Justiça negou o pedido de soltura de Kawara. Ao proferir a sentença negando o pedido da defesa, o juiz André Luiz Riginel da Silva Oliveira, da Comarca de Ituiutaba, destacou que Welch, “por reiteradas vezes, descumpriu medidas cautelares diversas da prisão”. Por isso, o magistrado entendeu que a “decretação da prisão preventiva se mostrou absolutamente necessária”.


Outro ponto considerado para manter Welch presa foram os descumprimentos de medidas protetivas ao longo do mês de janeiro de 2023 — quando, em março daquele ano, ela teve a prisão preventiva decretada, permanecendo foragida até ser capturada em maio deste ano.

 

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“Nesse período de fuga, mesmo estando com mandado de prisão em aberto, a suspeita continuou a perseguir as vítimas [o médico e sua esposa], tanto que em 22 de abril de 2024 Kawara teria ligado três vezes para a vítima”, afirmou o juiz, acrescentando que “percebe-se a existência de indícios de uma perseguição implacável e quase que cotidiana, que já duraria vários anos”.

 

“Destaca-se que nem mesmo a decretação da prisão preventiva foi capaz de frear as condutas da acusada, a qual continuou a perseguir as vítimas”, completou. 


O magistrado também não acatou o pedido de conversão para prisão domiciliar feito pela defesa, sob alegação de que Welch tem problemas de saúde. “Primeiramente, não há prova de tais patologias. Ademais, ainda que se venha provar a real existência das doenças reportadas, fica claro que o tratamento para elas é de natureza medicamentosa, o que pode ser feito dentro do cárcere”, justificou. Por fim, a solicitação de devolução dos aparelhos celulares apreendidos de Welch não foi acatada.


*Estagiária sob supervisão do subeditor Gabriel Felice

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