Um delegado da Polícia Civil de Minas Gerais que atuou de 2015 a 2024 em Itambacuri, na Região Vale do Rio Doce, está sendo acusado de cometer nepotismo e manter um filho como funcionário fantasma na unidade. A Ação Civil Pública (ACP) foi feita pelo Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) contra o servidor e dois de seus filhos. Se condenados, poderão ser punidos com a perda da função pública e dos bens e valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, a suspensão dos direitos políticos e o pagamento de multa civil. 

 


 

 

De acordo com o órgão, o delegado, que trabalhou no município até junho deste ano, utilizou seu cargo para solicitar a contratação e para manter os filhos como servidores da delegacia da cidade. Em 2021, ele solicitou e conseguiu junto a Prefeitura de Jampruca a contratação e a cessão de seu filho para atuar na delegacia de Itambacuri. 




 

No entanto, o jovem nunca teria comparecido ao local para trabalhar, nem prestado serviços regularmente em Jampruca. O que, segundo o MPMG,  o enquadraria como funcionário fantasma, uma vez que recebeu salário integral pagos pelos cofres públicos por função que não desempenhou. De 2021 a 2024, ele teria recebido R$ 47 mil, em valores atualizados.  

 


 

 

Em outro trecho, a ação afirma que “como se não bastasse”, em março de 2023, por meio de ofício, o delegado solicitou ao município de Itambacuri a cessão de sua filha, que prestava serviços na Secretaria Municipal de Saúde, para ocupar cargo na delegacia local, o que foi atendido. Segundo depoimentos colhidos pela Promotoria, ela ocupou o cargo de escrivã e ficou responsável pelos casos envolvendo a Lei Maria da Penha. “A cessão [...] não se deu por critérios objetivos, mas por escolha e influência familiar de seu pai”, afirma a ACP. 


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