Quase 800 estudantes da rede municipal de Belo Horizonte participaram, nesta sexta-feira (9/8), do concerto “Um Americano em Paris” da Orquestra Sinfônica de Minas Gerais (OSMG). A apresentação, conduzida pela maestra e diretora musical Ligia Amadio na Sala Minas Gerais, foi a primeira para muitos dos alunos, que acompanharam tudo com alegria.
Antes de a apresentação começar, Ian Santos da Conceição, de 9 anos, contou ao Estado de Minas que estava emocionado e tinha uma expectativa bem grande. Isso porque esta foi a primeira vez que o aluno teve a oportunidade de estar presente em uma apresentação artística.
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“Acho que vai ser muito legal. Acho que vai ser grande [usando as mãos para fazer referência ao sentimento de grandiosidade]”, disse o estudante do terceiro ano do ensino fundamental da Escola Municipal Padre Guilherme Peters.
O colega da mesma turma, Raí Pedro da Silva, de 10 anos, também estava ansioso para a apresentação. Ele disse conhecer a harpa, violino e violão dos instrumentos que poderiam ser tocados em um concerto.
As amigas Maria Eduarda Serafina Silva, de 8 anos, e Sofia de Almeida, 6 anos, também contaram estar animadas pela apresentação musical. Maria Eduarda disse amar música e estar contente de poder participar do evento. As meninas contaram que conhecem o tambor e o violino e, no concerto, puderam conhecer outros, que, até então, só tinham sido vistos por Sofia na televisão.
Pouco antes de colocar os instrumentos em ação, a maestra explicou aos alunos como funcionaria a apresentação. Logo no início da primeira música, as crianças ficaram animadas com a sinfonia. Enquanto os menores acompanhavam o ritmo dos instrumentos com o corpo, a reação dos mais velhos era de admiração. Com sorriso no rosto e olhos atentos no palco, a sensação de deslumbramento prevaleceu na Sala Minas Gerais até o final. Para a maioria, a experiência foi a primeira na vida deles.
Houve muitas palmas entre as músicas. Conforme os músicos trocavam de lugar para dar espaço a novos instrumentos, os alunos mantinham olhares curiosos, querendo descobrir o que estava por vir. Com a chegada do Quarteto de Saxofones SIGMA, de Madri (Espanha), a plateia mirim vibrou e se divertiu com o idioma dos saxofonistas, que foi traduzido pela maestra.
Para Ligia Amadio, é uma alegria conduzir um concerto na Sala Minas Gerais, ainda mais com crianças na plateia. De acordo a maestra, a interação com o público infanto-juvenil é diferente, porque algumas palavras devem ser adaptadas para melhor entendimento do jovem, mas é uma audiência muito receptiva.
“Esse público é o melhor que existe, porque eles são o nosso futuro. Eles se comportam. É uma coisa incrível. É de uma educação, de uma fineza, um respeito. É emocionante. Quando eles aplaudem, é de verdade. É uma energia linda!”, diz.
Após a apresentação, a maestra seguiu estudando para a próxima, que ocorre neste sábado (10).
Primeira vez
Esta foi a primeira vez que a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais se apresentou na Sala Minas Gerais. O repertório contou com obras de Leonard Bernstein, George Gershwin e a estreia nacional de um concerto de Philip Glass.
Além da maestra Ligia Amadio, o pianista Nahim Marum, de São Paulo, e o Quarteto de Saxofones SIGMA, de Madri, que está em temporada inédita no Brasil, também participaram do evento.
A apresentação se repete no sábado (10), às 18h, para o público geral, com ingressos no valor de R$30 a inteira e R$15 a meia-entrada à venda.
O destaque da récita é a participação do grupo espanhol, na interpretação do inédito “Concerto para 4 Saxofones e Orquestra”, de Philip Glass. O quarteto é conhecido por interpretações inovadoras e habilidade técnica excepcional, que garantem uma experiência auditiva rica e diversificada.
Já o solista Nahim Marum é reconhecido pela versatilidade e sensibilidade ao piano. Sua execução da “Rhapsody in Blue”, de George Gershwin, juntamente com a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais, é um dos pontos altos do concerto. Conhecida por sua abertura marcante ao som do clarinete, a peça também é marcada pela interação entre o solista e a orquestra.
Completam a seleção o poema sinfônico “Um Americano em Paris”, também de Gershwin, e que dá nome à apresentação; a “Fanfarra para um Homem Comum”, de Aaron Copland; e a “Abertura Candide”, da ópera de Leonard Bernstein. Juntas, as cinco obras oferecem um interessante panorama da música de concerto contemporânea e seus principais expoentes nos Estados Unidos ao longo do século XX.
A Orquestra Sinfônica
Considerada uma das mais ativas do país, a Orquestra Sinfônica de Minas Gerais cumpre o papel de difusora da música erudita, diversificando sua atuação em óperas, balés, concertos e apresentações ao ar livre. Criada em 1976, foi declarada Patrimônio Histórico e Cultural do Estado de Minas Gerais.
Participa da política de difusão da música sinfônica promovida pelo Governo de Minas Gerais, por meio da Fundação Clóvis Salgado (FCS), a partir da realização dos projetos Concertos da Liberdade – Sinfônica ao Meio-Dia e Sinfônica em Concerto –, Concerto nos Parques, Concertos Comentados e Sinfônica Pop, além de integrar as temporadas de óperas realizadas pela FCS. Mantém permanente aprimoramento da sua performance executando repertório que abrange todos os períodos da música sinfônica, além de grandes sucessos da música popular. Ligia Amadio é a sua atual regente titular e diretora musical.