Uma família morreu intoxicada por monóxido de carbono enquanto dormia em um apartamento na madrugada desse domingo (11/8), em Uberlândia, cidade do Triângulo Mineiro. A principal suspeita é que o vazamento de gás de um aquecedor, instalado recentemente no apartamento, tenha causado a morte das quatro pessoas: um casal, de 33 e 34 anos, e os dois filhos, de 16 e 11 anos.

 

Como o monóxido de carbono não tem cor e cheiro, a família não percebeu o possível vazamento. Por esse motivo, o tenente do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais (CBMMG) Henrique Barcelos destaca a importância de ter o cuidado no momento da instalação e manutenção do aquecedor.

 



 

“O monóxido de carbono é produto de uma queima incompleta que acontece dentro do aparelho, que funciona com gás canalizado ou gás de cozinha. E um desses dois combustíveis entra dentro do aquecedor e sofre uma queima. Dessa forma, se houver uma produção do monóxido de carbono, ela pode gerar uma intoxicação do ambiente se ele não estiver bem ventilado”, explica.

 

Sinais de vazamento

 

Assim, o tenente recomenda que estes aparelhos não sejam utilizados em ambientes fechados. Além disso, segundo ele, a manutenção deve ser feita de seis em seis meses e eles nunca devem ser ligados se houver suspeita da queima incompleta porque, depois de vazado, é difícil o gás ser detectado.

 

 

“É possível ver sinal disso, a chama que fica dentro do aquecedor, se ela for de coloração azul, ok. Ela está gerando a queima completa ali. Muito pouca produção de monóxido de carbono. Caso a chama esteja amarelada ou mais alaranjada, é um indício de queima incompleta, apresentando um risco maior de produção de monóxido de carbono”, diz.

 

De acordo com Barcelos, a intoxicação ocorre porque o gás combina com a hemoglobina na corrente sanguínea e ocupa o espaço do oxigênio, fazendo com que perdemos a oxigenação dos tecidos e órgãos vitais. “Ele é incolor e sem cheiro. As pessoas vão apenas sentir os sintomas: uma dor de cabeça forte, náuseas, vômitos que podem levar ao desmaio, inconsciência e até a morte”, afirma.

 

 

Foi o que aconteceu na noite desse domingo (11) quando, ao chegar ao prédio, um parente encontrou a família desacordada e já sem vida. O Corpo de Bombeiros foi acionado e constatou a morte do casal e dos filhos com sinais de intoxicação por monóxido de carbono.

 

Durante atendimento à ocorrência, ao abrir portas e janelas para ventilação do apartamento, outros dois familiares das vítimas, de 32 e 63 anos, passaram mal e foram levados para a UAI Tibery pela Unidade de Resgate para avaliação médica. O estado de saúde deles é estável.

 

A perícia da Polícia Civil informou que, inicialmente, tudo indica que a morte se deu por intoxicação por monóxido de carbono, devido ao vazamento de um aquecedor. "A PCMG instaurou inquérito policial e aguarda a conclusão dos laudos periciais que poderão atestar as circunstâncias e a causa das mortes", afirmam em nota.

 

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