Estrelas cinzentas com nomes de pilotos da Fórmula 1 estampam a calçada de um dos quarteirões mais movimentados do centro de BH numa homenagem no estilo hollywoodiano. Entre os ícones agraciados no local há décadas estão Ayrton Senna, Michael Schumacher e Rubinho Barrichello, automobilista brasileiro que competirá na Stock Car neste fim de semana.
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Apesar do termo “calçada da fama” evocar estrelas reluzentes, com inaugurações ilustres e a presença do homenageado, as estrelas no quarteirão do Shopping Tupinambás, no Barro Preto, na região Centro-Sul da capital, se misturam com o cinza do concreto e muitas vezes são cobertas por lixo.
São ao menos 50 estrelas, com cerca de 80 centímetros de uma ponta a outra, muitas delas já desgastadas pelo tempo. Em alguns casos, o nome do automobilista sequer é legível.
A origem das estrelas é incerta
Outro fator que atrapalha que pedestres notem as homenagens é a própria movimentação do local. Por ser na porta de um shopping popular, o fluxo de pessoas é constante, especialmente durante o horário comercial. No quarteirão há também uma concentração de pontos de ônibus.
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Além de Senna, Schumacher e Barrichello, estão entre os pilotos homenageados Roberto Moreno, Raul Boesel, Alain Prost, Hélio Castroneves, Nigel Mansell, José Carlos Pace, Juan Manuel Fangio, Nelson Piquet e Wilson Fittipaldi. Além de automobilistas, o fundador da Williams, uma escuderia da Fórmula 1, Frank Williams também é agraciado com uma estrela.
Origem
A origem das estrelas é incerta. Não há registros sobre e quase ninguém se lembra da existência dessa calçada da fama. Um dos poucos que se recorda do surgimento é Pedro Freitas Júnior, que trabalhou no departamento de recursos humanos da Mira Gerais Distribuidora de Veículos, que pertencia ao grupo Mirafiori Veículos, de São Paulo. Foi essa concessionária que gravou as estrelas no final da década de 90.
"A Mira Gerais Distribuidora de Veículos sucedeu a Mesbla Veículos. Naquela época, o ponto ali era extremamente nostálgico, tradicional e com bastante visibilidade para negócios de veículos e a Mesbla era única naquele ponto central", conta Pedro. Foi ali, após a falência da Mesbla, que a Mira Gerais abriria a concessionária.
"Como eles estavam entrando 9no mercado mineiro), e era um grupo investidor não tradicional, não era da cultura mineira, que ainda não tinha um nome, eles buscaram fazer uma coisa diferente. Eles resolveram fazer a calçada da fama de alguns corredores tradicionais, de grande renome", diz Pedro.
Não só corredores profissionais receberam estrelas, o ex-funcionário da Mira Gerais conta que pilotos amadores de BH, que na época tinha muitos eventos de KM de arrancada, também foram homenageados.
Pedro diz que o legal do projeto foi ele ter sido a solução para fazer um diferencial para se inserir no mercado. O ex-funcionário relembra que estava na festa de inauguração da concessionária e da calçada, que aconteceram simultaneamente, e se recorda que alguns pilotos mineiros estavam presentes no evento. Por ter sido há tanto tempo, Pedro não se lembra dos nomes dos que foram.
"Na época todo mundo gostou da ideia, foi unânime", diz Pedro, que até ser contatado pelo Estado de Minas, não sabia se as estrelas continuavam nas calçadas.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Fábio Corrêa