Após a confusão entre os donos do restaurante Farroupilha e a organização do BH Stock Festival, um dos acessos ao estabelecimento, localizado na Avenida Abraão Caram, na Região da Pampulha, foi liberado nesta sexta-feira (16/8). No entanto, o barulho dos carros de corrida na pista e o trânsito bloqueado na rua reduziram significativamente o fluxo de clientes no comércio.


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No horário de almoço, a ocupação do restaurante Farroupilha tem sido de apenas 30% em comparação a  um dia normal, estima Geraldo Magela Batista, dono do estabelecimento. Na manhã de quinta-feira (15/8), o empresário e sua mulher se envolveram em uma confusão com a organização do BH Stock Festival, que bloqueou o acesso à calçada do restaurante e impediu a entrada de clientes e funcionários. O casal acusa a segurança do evento de agressão e alega que os dois foram imobilizados ao tentarem remover os tapumes que obstruíam a entrada.

 

“Nós estamos sendo prejudicados desde que começaram as obras para o evento. Tivemos uma perda financeira muito grande. Mas ontem, ao chegar para trabalhar com meus colaboradores, a gente teve a surpresa de encontrar a calçada bloqueada com tapumes de aço”, relata.




 

 

O proprietário conta que solicitou à Prefeitura de Belo Horizonte que interviesse e, após a presença de uma representante da diretoria regional do município, o acesso para quem vem da Avenida Abrahão Caram sentido Mineirão foi liberado.

 

Contudo, a calçada continua bloqueada para quem segue no sentido Avenida Antônio Carlos. “Um dia antes eu tive ciência pela segurança de que seria fechado e gravei uma mensagem para a staff duas vezes, pedindo para que viessem aqui pra gente resolver a situação, e eles ignoraram. E ainda pediram a segurança para fechar e bloquear tudo”, disse Geraldo.

 

 

 

Desde o momento da confusão, o restaurante disse que ninguém do festival entrou em contato para qualquer esclarecimento ou suporte. Em resposta ao Estado de Minas, ainda na quinta-feira, Sérgio Sette Câmara, organizador do BH Stock Festival, afirmou ter convidado os donos do Farroupilha para uma conversa após a corrida e que será feita uma análise dos eventuais prejuízos causados pelos dias de fechamento do comércio.

 

Sobre essa declaração, Geraldo disse que o organizador havia feito uma proposta há cerca de um mês para firmar um contrato de fornecimento de refeições para os funcionários que trabalhariam no evento, mas que o acordo ficou “só na promessa”. “A questão nem é essa. A questão é que eu não posso ser impedido de trabalhar”, desabafa.

 

 

Mais prejuízos


 

Além do restaurante Farroupilha, outros comércios estão sendo afetados pelos desvios de circulação de pedestres e pelo barulho dos carros. Ao lado do estabelecimento fica uma loja de piscinas. Em entrevista ao Estado de Minas, o gerente do local informou que desde o início das obras para a corrida, o movimento do estabelecimento caiu 40%.

 

“Nossa movimentação em julho e no começo de agosto caiu bastante. Isso se deve ao intenso movimento de máquinas e ao trânsito fechado em frente à nossa loja. Temos estacionamento, mas os clientes não conseguem chegar e acabam desistindo, preferindo ir a lugares com acesso mais fácil, mesmo que sejam um pouco mais caros”, explicou.


Para contornar o problema do barulho, os funcionários da loja têm solicitado aos clientes que enviem mensagens. “O barulho dos carros que passam é ensurdecedor. Para amenizar, mantemos as portas abertas, mas mesmo assim, não é possível conversar direito por telefone ou dentro da loja. Por isso, conversamos por mensagem ou vamos para o fundo da loja, onde o barulho é menor”, relatou o gerente.

 

A reportagem procurou a assessoria de imprensa do BH Stock Festival para obter uma posição sobre as reclamações, mas até a publicação desta matéria não houve resposta.

 

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