A delegada da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) Monah Zein, de 38 anos, se tornou ré e vai responder por quatro tentativas de homicídio contra policiais da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core). O juiz Bruno Sena Carmona, sumariante do 1º Tribunal do Júri de Belo Horizonte aceitou, nesta segunda-feira (19/08), a denúncia feita pelo Ministério Público (MPMG) em 26 de junho. 


 

Com a decisão, a delegada será levada a júri popular para responder pelas quatro tentativas de homicídio, mas ainda não foi definida uma data para a sessão de julgamento. O juiz decidiu também sobre pedidos de uma medida cautelar feitos pelo MPMG. Ele negou a suspensão do exercício dela da função pública de delegada, porém aceitou o pedido de suspensão do porte de arma de fogo da servidora.

 

 

 

 

O magistrado determinou ainda a proibição de que ela entre em contato e faça postagens em redes sociais referentes às vítimas e testemunhas. A delegada também não pode entrar em contato com elas por qualquer meio, direta ou indiretamente. 

 


O Estado de Minas entrou em contato com a delegada para pedir um posicionamento a respeito da decisão judicial, mas ainda não recebeu retorno. 

 

 

 




Relembre o caso


A ocorrência envolvendo a delegada ficou amplamente conhecida depois que, em 22 de novembro, quatro policiais da Core apareceram na porta do apartamento, e a servidora fez uma transmissão ao vivo relatando a situação. No vídeo, Monah afirmou que vinha sofrendo episódios de assédio moral no trabalho e que, logo após o fim das suas férias, os “atos humilhantes, assediadores, bizarros, adoecedores” voltaram a acontecer. Aos mais de 700 espectadores, a delegada disse que apresentou denúncias sobre o que estava passando aos órgãos competentes, mas que nenhuma delas foi investigada. 

 

 

 


 

 

Na época, em coletiva de imprensa, o porta-voz da corporação, delegado Saulo Castro, explicou que os agentes foram até o endereço depois que a mulher enviou mensagens em um grupo de trabalho, o que gerou preocupação nos colegas. “A delegada de polícia retornava das férias e enviou em um grupo mensagens que sugeria algo que pudesse levar a uma situação contra sua própria saúde. Colegas de trabalho vieram aqui para acolher a colega. A conversa não se desdobrou, ela estava mais exaltada, e julgamos necessário chamar a Core”, disse.


 

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Apesar das afirmações de Castro, a delegada afirmou que “em nenhum momento” deu a entender que tiraria a própria vida. “Dei a entender que não voltaria para aquele purgatório. Eu apresentei denúncias na ouvidoria do Estado, na ouvidoria da Polícia, na corregedoria, no fiscal do MPMG”, afirmou.

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