Carros de luxo e manobras arriscadas, essa era a rotina divulgada pelo produtor de conteúdo Nélio Dgrazi em suas redes sociais. O homem, que tem 1,3 milhão de seguidores no Instagram, foi um dos alvos de uma operação da Polícia Civil do Paraná, na manhã desta terça-feira (20/8), em Belo Horizonte.
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A ação teve objetivo de cumprir mandados de busca e apreensão em imóveis ligados a suspeitos de promover rifas ilegais nas redes sociais. As ordens judiciais foram executadas de forma simultânea em Rio Branco, no Paraná; em Itapema e Balneário Camboriú, em Santa Catarina; e na capital mineira. Entre os materiais, os agentes apreenderam joias, objetos de grife e veículos.
Nas redes sociais, Nélio ostenta carros de luxo. Em uma publicação, feita em 15 de abril, o homem realiza uma manobra arriscada na Avenida Cristiano Machado, na altura do Bairro Dona Clara, na Região da Pampulha, em BH. Na imagem, ele dirige um veículo da Toyota sob as duas rodas laterais, com o retrovisor esquerdo bem próximo ao asfalto. Em outro vídeo, publicado em dezembro de 2023, o home faz um cavalo de pau também na Avenida Cristiana Machado.
Além das apreensões, a polícia conseguiu, junto à Justiça, o bloqueio de contas bancárias visando o resgate de R$ 25 milhões que teriam sido levantados pelos investigados no último ano. “A presente operação busca apurar a contravenção penal de promoção de rifas ilegais, bem como os crimes de lavagem de dinheiro, de associação criminosa e de crime contra a economia popular. Apesar de terem se tornado extremamente populares recentemente, as rifas de veículos e valores em dinheiro só podem ser realizadas se devidamente autorizadas pelo Ministério da Fazenda. Não atendidos tais critérios, são consideradas contravenção penal”, explica o delegado da PCPR Gabriel Fontana.
As contas nas redes sociais e o site em que exploravam os sorteios também foram suspensos, mediante autorização judicial. De acordo com a corporação, além das rifas de veículos, foi apurado também que o grupo realizava sorteios de valores em espécie.
“Nesses sorteios, o comprador ganha um ‘número da sorte’ entre 01 a 9.999.999. Acontece que nos sorteios regulares, baseados na loteria federal, são utilizadas somente 5 dezenas, em composições que variam de 01 a 100.000. Há fortes indícios de que tais sorteios sejam fraudados para que os valores nunca saiam de dentro do grupo criminoso”, completa o delegado.
As investigações prosseguirão com o objetivo de identificar outros envolvidos na operação. Em nota, a Polícia Civil de Minas informou que prestou apoio à Polícia Civil do Paraná no cumprimento de mandado de busca e apreensão na residência do investigado. A reportagem tentou contato com Nélio Dgrazi, mas até a publicação desta matéria não obteve resposta.