A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) convoca familiares de pessoas desaparecidas a doarem amostras de material biológico para serem comparados com bancos de DNA de todo o país. A iniciativa faz parte de uma mobilização nacional para promover a busca por pessoas desaparecidas e vai ocorrer na próxima semana, entre os dias 26 e 30 de agosto. Nos últimos cinco anos, 26 pessoas já foram identificadas pelo banco de perfis genéticos.
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O material biológico é coletado fazendo a raspagem da parte interna da bochecha. O perito criminal e chefe do laboratório de DNA da Polícia Civil, Giovanni Vitral Pinto, explica que o procedimento é indolor. “A gente leva esse material para nosso laboratório de DNA, extraímos o material genético e inserimos no banco”, disse o perito.
A preferência é de que o material coletado seja de pessoas ascendentes (pai e mãe) ou descendentes diretos (filhos) da pessoa desaparecida. Irmãos também podem doar, mas pede-se que pelo menos dois irmãos doem.
O DNA, ao ser inserido no banco, é confrontado com amostras que já estão disponíveis nos sistemas de Minas Gerais e, também, de outros estados. Giovanni explica que o material também pode ser confrontado com bancos internacionais, já que o Ministério da Justiça promove pesquisas frequentes junto à Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol).
A busca pela amostra de DNA compatível é feita tanto em bancos de pessoas desaparecidas, com cadáveres que não foram identificados e em bancos de hospitais e clínicas de saúde. “É possível fazer esse confronto também em pessoas vivas que estão em situação de rua, ou em instituições de longa permanência. Às vezes o familiar não sabe onde o seu ente querido está, mas ele pode estar num hospital, por exemplo”, explica o perito criminal.
O banco de amostras de DNA de Minas Gerais possui, aproximadamente, 700 familiares cadastrados e mais de 500 restos mortais não identificados. Nacionalmente, são mais de 10 mil restos mortais não identificados.
Como doar
Para fazer a doação do material biológico, os familiares que residem em Belo Horizonte devem fazer a emissão da requisição pericial junto a Polícia Civil. Para isto, basta ir em uma Delegacia Regional de Polícia Civil portando documento de identificação e o boletim de ocorrência do desaparecimento. Quem mora em Belo Horizonte pode procurar a Divisão Especializada de Referência à Pessoa Desaparecida (DRPD), na Avenida Brasil, 464, Bairro Santa Efigênia.
A Mobilização Nacional de Coleta de DNA de Familiares de Pessoas Desaparecidas acontece na próxima semana, mas as coletas podem ser realizadas durante todo ano e devem ser efetuadas no IML, em Belo Horizonte, e nos Postos Médico-Legal, no interior do estado.
No IML, o familiar pode entregar materiais de uso pessoal para auxílio na ajuda pelo desaparecido, como barbeadores, escovas de dente, bonés e roupas usadas pelo desaparecido que não tenham sido lavadas.