O conjunto esportivo do Instituto Metodista Granbery, em Juiz de Fora, na Zona da Mata Mineira, foi oficialmente tombado como patrimônio histórico e cultural da cidade. A decisão foi formalizada por meio de um decreto publicado nesta terça-feira (27/8) no site da Prefeitura, marcando o reconhecimento da importância histórica do local para o município.
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O tombamento, aprovado pelo Conselho Municipal de Proteção do Patrimônio em janeiro deste ano, aguardava a sanção oficial, que finalmente foi concluída. A medida preserva o edifício Charles Alexander Long, descrito no decreto como "precursor do Bairro Granbery e representante do estilo arquitetônico de ecletismo". O local é considerado um dos pilares da história educacional de Juiz de Fora, abrigando uma das mais tradicionais instituições de ensino da cidade.
Parte do Centro de Educação Física e Esporte (Cefe) pertencerá, a partir de 2025, ao Sesi, que comprou o Instituto Metodista Granbery. A outra parte ainda pertence à Rede Metodista, que irá encerrar as atividades na cidade ao final de 2024. Informações de bastidores também dão conta de que o Sesi poderá comprar o resto do Cefe, apesar de a escola negar essa informação oficialmente.
Áreas Tombadas
O decreto assinado pela prefeita Margarida Salomão (PT) informa que o tombamento abrange diversas áreas do instituto, incluindo o conjunto esportivo, parque aquático, quadras poliesportivas, ginásio, campo de futebol, e o edifício Charles Alexander Long, inclui as fachadas, volumetria, escada de madeira e o piso do pavimento térreo. Além disso, o bosque que faz parte do complexo também está protegido pela medida.
Em todas as áreas, o tombamento abre brechas para pequenos reparos e construções, desde que não modifiquem o uso esportivo do local. O bosque poderá ter a instalações de mobílias e pequenas construções, desde que não seja alterado o aspecto de convivência do local.
Construção civil tentou mudar o tombamento
Apesar de o tombamento do Cefe ter sido aprovado pelo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (Comppac) desde janeiro, setores da construção civil tentaram uma articulação para conseguir erguer um empreendimento no local.
Eles conseguiram uma nova reunião no Comppac, no último dia 19 de agosto, para apresentar um novo projeto para o terreno. O possível empreendimento contou com o apoio de parte dos moradores do bairro Granbery. O projeto previa duas torres, sendo uma de 34 andares, com imóveis residenciais e comerciais. O campo seria dividido em uma quadra society e duas poliesportivas. O parque aquático seria transformado em uma praça de convivência.
A reunião, marcada por um bate-boca entre defensores e críticos do empreendimento, terminou com o Comppac indicando que qualquer projeto só poderia ser votado após o decreto de tombamento assinado pela prefeita. Com a publicação desta terça-feira, nenhum empreendimento poderá ser erguido no Cefe.
Histórico do processo de Tombamento
O processo de tombamento do Cefe do Instituto Metodista Granbery vinha se arrastando desde 2016, gerando debates intensos na comunidade e entre membros do Comppac. A decisão final foi tomada no dia 15 de janeiro deste ano, quando o conselho aprovou o tombamento por 9 votos a 4.
Em maio deste ano, o conjunto de imóveis do Colégio Granbery foi leiloado por R$ 61,5 milhões para a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). O lote arrematado incluiu o prédio histórico, dois prédios anexos e parte do Cefe, totalizando uma área de cerca de 17 mil m².
A Fiemg planeja transformar o espaço em uma nova unidade do Sesi, com previsão de início de operação em 2025.