A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) registrou a primeira morte no estado por coqueluche desde 2019. O óbito ocorreu em 19 de julho, mesma data da notificação, em Poços de Caldas, no Sul do estado. A vítima foi um bebê do sexo masculino, com dois meses de idade. A doença respiratória pode ser prevenida pela vacinação.


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Em 2019, foram registradas três mortes em decorrência da doença. Até esta quinta-feira (29/8), o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) notificou 413 casos suspeitos de coqueluche, dos quais 131 foram confirmados. Esses números representam um aumento de 835,7% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram registradas 14 contaminações.

 

A investigação epidemiológica realizada pelo município apontou que a criança ainda não tinha recebido nenhuma dose da vacina contra a doença, devido à faixa etária. Além disso, a mãe do paciente também não foi imunizada com a dTpa, vacina que protege contra a difteria, o tétano e a coqueluche, durante a gestação. O menino tem um irmão gêmeo que também testou positivo para coqueluche, mas já recebeu alta hospitalar.




 

Eduardo Campos Prosdocimi, subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, esclarece que, apesar dos números altos, não há surto de casos de coqueluche no estado. Ele reforça que a doença pode ser prevenida com a imunização.

 

“A vacina é eficaz, segura e está disponível nas unidades de saúde. O ano de 2024 demonstra que estamos recuperando as coberturas vacinais. O Governo de Minas vem investindo mais de R$ 165 milhões em bonificações aos municípios que aumentarem as metas e as coberturas de vacinação, além de R$ 100 milhões em vacimóveis. Nós vamos virar esse jogo”, disse.

 


Vacinação


Sobre a vacinação contra a coqueluche, o Painel de Imunização do Ministério da Saúde revela, nesta sexta-feira (30/8), que a cobertura da vacina pentavalente - que previne difteria, tétano, coqueluche, Haemophilus influenzae tipo B e hepatite B - é de 83,58%. A vacina tríplice bacteriana (DTP), que protege contra difteria, tétano e coqueluche, apresenta uma cobertura de 83,65%. Já a vacina dTpa para adultos está com cobertura de 71,29%

 

A meta vacinal estabelecida pelo Programa Nacional de Imunização para ambas as vacinas é de 95%.

 

Atualmente, a vacina tríplice bacteriana (DTP) está em falta no Ministério da Saúde e, portanto, com estoque indisponível. Em contraste, a vacina pentavalente possui um estoque regular, com 202.283 doses disponíveis até o dia 29/8/2024.

 

Transmissão


A transmissão da coqueluche ocorre principalmente pelo contato direto do doente com uma pessoa não vacinada e por meio de gotículas eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo ao falar.

 

Em alguns casos, a transmissão pode ocorrer por meio de objetos recentemente contaminados com secreções de pessoas doentes. Embora seja pouco frequente, pois o agente causador da doença tem dificuldade em sobreviver fora do corpo humano, não é impossível.

 

O período para o aparecimento dos sintomas após a infecção é, em média, de 5 a 10 dias, podendo variar de 4 a 21 dias e, raramente, até 42 dias.

 

 

Sintomas

 

Os sintomas da coqueluche podem se manifestar em diferentes níveis. No estágio inicial, o mais leve, os sintomas são semelhantes aos de um resfriado: mal-estar geral, corrimento nasal, tosse seca e febre baixa. Esses sintomas iniciais podem durar semanas, período em que a pessoa também está mais suscetível a transmitir a doença.

 

No estágio intermediário da coqueluche, a tosse evolui de leve e seca para severa e descontrolada, podendo comprometer a respiração. A crise de tosse pode provocar vômito ou cansaço extremo. Nessa fase, os sintomas são mais graves e, dependendo do tratamento, podem durar mais de um mês.

 

É normal que adultos e adolescentes apresentem sintomas mais leves da coqueluche em comparação às crianças mais novas. A gravidade da doença está diretamente relacionada à falta de imunidade e à idade.

 

Geralmente, os sinais e sintomas da coqueluche duram entre 6 e 12 semanas, podendo se estender, conforme o quadro clínico e a situação de cada caso.

 

Diagnóstico e tratamento

 

O diagnóstico da coqueluche em estágios iniciais é difícil, pois os sintomas podem se assemelhar aos de resfriados ou outras doenças respiratórias. A tosse seca é um forte indicativo da coqueluche, mas para confirmar o diagnóstico, o médico pode solicitar exames como a coleta de material da nasofaringe para cultura e PCR em tempo real.

 

O tratamento da coqueluche é feito principalmente com antibióticos, que devem ser prescritos por um médico especialista, conforme cada caso. É importante procurar uma unidade de saúde para receber o diagnóstico e tratamento adequados assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas.

 

Crianças diagnosticadas com coqueluche frequentemente precisam ser internadas, pois os sintomas são mais severos nelas e podem levar a complicações graves.


 

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