O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, informou, neste sábado (31/08), que uma equipe epidemiológica trabalha na investigação de doença que causou lesões na pele de uma criança indígena da comunidade Katurama, em São Joaquim de Bicas, na Grande BH. Na noite de sexta-feira (30/8), os indígenas iniciaram um protesto e bloquearam a BR-381, na altura do Km 507. Eles reivindicavam a regularização do abastecimento de água e assistência médica para as crianças da comunidade.

 

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Em nota, o Ministério da Saúde informou que tem acompanhado de perto a situação na comunidade indígena e “tem atuado com equipe de saúde, com atendimentos de rotina.”


Segundo a pasta, na última semana, uma criança foi internada com suspeita de mpox. Porém, após exames, a suspeita foi descartada. “Agora uma equipe epidemiológica do Distrito Sanitário Indígena (DSEI) trabalha na investigação do que pode ter causado as lesões na pele da criança internada.”


Ainda de acordo com o ministério, nos próximos dias, a equipe do DSEI, acompanhada de equipes de saúde do município e da mineradora Vale, vão fazer uma busca ativa em todos os domicílios da comunidade para identificar casos semelhantes ao da criança internada. 


“Além disso, estão previstas também ações educativas, mutirões de limpeza na região e  aplicação de inseticida para controle de insetos, como carrapatos e bichos de pé”, conclui a pasta. 

 




 

Já a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou, também em nota, que não há confirmação de casos de mpox na aldeia Katurama, até o momento.


Duas crianças estão internadas no Hospital João Paulo II, em Belo Horizonte. A SES-MG reforça que exame feito em uma delas descartou a suspeita de mpox. De acordo com a pasta, o quadro clínico da criança é estável e os sintomas são febre, diarreia e lesões na pele.


“A SES-MG descarta surto da doença e está acompanhando a evolução e investigação dos casos por meio do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de Minas Gerais (Cievs-Minas) e da Unidade Regional de Saúde de Belo Horizonte.”


Sintomas


A mpox é uma doença zoonótica viral. A transmissão para humanos pode ocorrer por meio do contato com animais silvestres infectados, pessoas infectadas pelo vírus e materiais contaminados. Os sintomas, em geral, incluem erupções cutâneas ou lesões de pele, linfonodos inchados (ínguas), febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrio e fraqueza.

 

As lesões podem ser planas ou levemente elevadas, preenchidas com líquido claro ou amarelado, podendo formar crostas que secam e caem. O número de lesões pode variar de algumas a milhares. As erupções tendem a se concentrar no rosto, na palma das mãos e na planta dos pés, mas podem ocorrer em qualquer parte do corpo, inclusive na boca, nos olhos, nos órgãos genitais e no ânus.


A infecção pelo vírus geralmente evolui para quadros leves a moderados e pode durar de duas a quatro semanas. A pessoa é capaz de transmitir o vírus desde o início dos sintomas até que todas as lesões na pele cicatrizem completamente.


Protesto


O protesto dos indígenas da comunidade Katurama, com bloqueio da BR-381, começou às 21h13 dessa sexta-feira (30/8), segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). "Os manifestantes estão armados com flechas e bastões com pregos. Reivindicam a saúde das crianças da comunidade", informou o porta-voz da PRF, inspetor Aristides Amaral Júnior.


A interdição da rodovia causou lentidão no trânsito entre os Km 523 e Km 506, no trecho que liga Brumadinho e Betim, na Grande BH, segundo a Arteris, concessionária que administra a via. Uma rota alternativa foi divulgada para os motoristas fugirem do engarrafamento. Por volta das 16h, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) informou a liberação total da via no sentido Belo Horizonte. A PRF estava no local para intermediar as negociações pelo fim do bloqueio.

 

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