Santa Luzia- MG. Vista externa do Mosteiro de Macaúbas, que em 2024 completa 310 anos -  (crédito: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press – 15/4/2020)

Santa Luzia- MG. Vista externa do Mosteiro de Macaúbas, que em 2024 completa 310 anos

crédito: Gladyston Rodrigues/EM/D.A Press – 15/4/2020

O longo período de estiagem, com queimadas em todas as regiões de Minas, tem elevado as preces e também as preocupações das irmãs do Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas, joia do patrimônio que neste domingo (1º/9) celebra 310 anos de história. Destaque na zona rural de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o conjunto de 11,5 mil metros quadrados, considerado um dos mais importantes do período colonial brasileiro, está no meio do “fogo cruzado” em que se transformaram extensas áreas de matas no Sudeste do país.

 

  

Merecedor com urgência da atenção das autoridades, o Mosteiro de Macaúbas encontra na comunidade religiosa que ali vive em clausura uma defesa permanente para proteger o bem tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG) e pela Prefeitura de Santa Luzia. Olhando a fumaça que sobe cobrindo o horizonte, a irmã Maria Imaculada de Jesus Hóstia, de 86 anos, quase sete décadas deles no local, observa: “Estamos sempre vigilantes, pois a construção tem sua estrutura em madeira. Mandamos fazer aceiros no entorno, mas há fogo por todo lado”.

 

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Neste domingo (1º/9), as monjas concepcionistas, tendo à frente a madre Ana Elisa Faria das Chagas, participam, às 10h30, da missa de ação de graças pelo aniversário de Macaúbas, na companhia de 25 religiosas de outros estados e também pertencentes à Ordem da Imaculada Conceição (OIC), fundada no século 15, na Espanha, por Santa Beatriz da Silva e Menezes.

 

 

O grupo veio para um encontro de formação da OIC. Até quarta-feira (4/9), elas assistirão a palestras e terão momentos de reflexão com o lema “A concepcionista acolhe cada irmã como dom do Senhor”. Macaúbas é um dos mosteiros da OIC mais antigos no Brasil, ao lado dos mosteiros da Lapa, de Salvador (BA), da Ajuda, Rio de Janeiro (RJ) e da Luz, São Paulo (SP).


Fé, cultura e tradição
Marcos na trajetória do mosteiro

 

Século 18


1708 – Félix da Costa parte de Penedo (AL), em companhia de seus irmãos, e chega a Santa Luzia (MG) três anos depois

 

1714 – Começa a construção da ermida de Nossa Senhora da Conceição e de um pequeno prédio. O local escolhido, que daria origem ao conjunto hoje denominado Mosteiro de Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas, fica no encontro dos rios das Velhas e Vermelho

 

1767-1768 – O contratador de diamantes João Fernandes manda construir uma ala, dividida em celas, e um mirante que ficam conhecidos como Ala do Serro.

 

 

Século 19


1847 – O recolhimento para mulheres passa a funcionar também como colégio. A nova escola ganha reconhecimento e se torna uma das mais tradicionais de Minas

 

 

Século 20


Nas primeiras décadas, o colégio entra em decadência. O motivo é a chegada a Minas de congregações religiosas europeias com grande experiência na educação de meninas

1933 – O antigo recolhimento se torna Nossa Senhora da Conceição de Macaúbas

1963 – Em 8 de fevereiro, a construção é tombada pelo Iphan; 15 anos depois, pelo Iepha-MG; e em 1989, pela Prefeitura de Santa Luzia.