Situação crítica de escassez hídrica superficial leva a restrições na captação de água em rio no Centro-Oeste mineiro (Imagem ilustrativa)
       -  (crédito: Leandro Couri/EM/D.A Press. Brasil)

Situação crítica de escassez hídrica superficial leva a restrições na captação de água em rio no Centro-Oeste mineiro (Imagem ilustrativa)

crédito: Leandro Couri/EM/D.A Press. Brasil

Em meio ao período mais severo de estiagem em Minas Gerais, o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) declarou situação crítica de escassez hídrica no trecho do rio Pará, localizado à montante da Estação Velho do Taipa, em Conceição do Pará, no Centro-Oeste de Minas Gerais.

 

 

Siga nosso canal no WhatsApp e receba em primeira mão notícias relevantes para o seu dia


 

Com isso, haverá restrições para captação de água no rio, com validade de 45 dias, impactando diretamente pelo menos 10 municípios da região.

 


De acordo com o Igam, a medida foi baseada no monitoramento das vazões diárias do Rio Pará. Durante sete dias consecutivos, o volume de água esteve abaixo do mínimo necessário, caracterizando a escassez.

 

 

Com isso, a captação de água será reduzida em diversas categorias de uso, com cortes que variam de 20% a 50%, dependendo da finalidade. Essas reduções afetam desde o consumo humano até o uso industrial, com 200 outorgantes impactados pela nova determinação.

 

 

A escassez hídrica afeta toda a bacia do Rio Pará, com cerca de 365 km, incluindo córregos e outros cursos d'água que o abastecem. Entre as cidades afetadas estão Igaratinga, Perdigão, Pará de Minas, Passa Tempo, Pitangui e Conceição do Pará, além de outros municípios da região.

 

 

 

Túlio Pereira de Sá, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Pará, manifestou preocupação com a situação.

 

 

“A gente vê que os rios estão baixando. E nos encontramos em um período em que a demanda pelo uso da água é maior que a oferta que a gente tem. É uma questão que temos que trabalhar com a educação ambiental, incentivando o reuso e avaliando maneiras de reduzir o consumo”, afirma.

 

 

Fantasma da crise hídrica


Sem abastecimento de água desde quinta-feira (5/9), a população de Nova União, na Região Central de Minas Gerais, já enfrenta as consequências da escassez e do baixo nível dos reservatórios. A previsão é de que o fornecimento seja retomado de forma gradual, mas, até lá, caminhões-pipa estão sendo utilizados para atender à demanda.


 

O problema da seca se estende também à Região Metropolitana de Belo Horizonte. Com a falta de chuvas desde abril, a capacidade dos reservatórios do Sistema Paraopeba — Rio Manso, Serra Azul e Vargem das Flores— despencou mais de 30%.

 

 

O cenário traz à tona o temor de uma nova crise hídrica, que pode se agravar nos próximos meses diante da previsão de chuvas abaixo da média para 2024.