Cenas captadas por volta das 2h40 de domingo mostram a multidão aglomerada na praça, a chegada de carros de polícia e os agentes usando bombas de gás para encerrar o evento -  (crédito: Imagens cedidas ao EM)

Cenas captadas por volta das 2h40 de domingo mostram a multidão aglomerada na praça, a chegada de carros de polícia e os agentes usando bombas de gás para encerrar o evento

crédito: Imagens cedidas ao EM

Moradores vizinhos ao baile funk clandestino na Praça Dr. Celestino Marra, na esquina das avenidas Guarapari e Portugal, no Bairro Santa Amélia, na Região da Pampulha, em Belo Horizonte, pensam em acionar o Ministério Público de Minas Gerais para intervir no problema. A festa, que acontece de sexta a domingo, é denunciada pelo barulho "ensurdecedor" e consumo de drogas no local.

 

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Em conversa com a reportagem do Estado de Minas, moradores expressaram desesperado e afirmaram que a situação já ultrapassou os limites do suportável. Três anos após o início das festas no local, eles agora consideram contratar um advogado para mover uma ação pública contra os responsáveis pelo evento. Embora tenham recorrido tanto à Polícia Militar (PM) quanto à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), eles alegam que as instituições jogam a responsabilidade entre si, e que a questão continua sendo negligenciada.


Com carros equipados com potentes caixas de som, as festas começam por volta das 23h, logo após a saída da base móvel da Polícia Militar que atua na praça, e se prolongam até o amanhecer. O volume é tão alto que chega a fazer as janelas dos vizinhos mais próximos tremerem. "Eles pulam em cima dos carros de som até às 5h da manhã, especialmente nas madrugadas de domingo para segunda, quando todos precisam descansar para trabalhar", relatou um morador, que preferiu não se identificar por medo de represálias.

 


Após as festas, além da perturbação do sono, fica a sujeira espalhada pela praça. Na tarde dessa quarta-feira (11/9), a equipe de reportagem do Estado de Minas esteve no local e flagrou inúmeros pinos de cocaína descartados no chão, além de cacos de vidro de garrafas espalhadas por toda a área. Em agosto do ano passado, uma discussão durante um desses eventos terminou com a morte de um jovem de 22 anos, baleado. Segundo testemunhas, o autor dos disparos sacou a arma, atirou para o alto e, em seguida, alvejou a vítima com mais três tiros.

 

 

Questionada pela reportagem, a Prefeitura de Belo Horizonte informou que o local é alvo de ações integradas de fiscalização, em conjunto com a PM e o Juizado de Menores. Na segunda-feira (9/9), representantes de diversos órgãos municipais, como a Guarda Municipal, BHTrans e Superintendência de Limpeza Urbana (SLU), se reuniram com moradores e a Secretaria de Estado de Segurança Pública para discutir o reforço das medidas de combate ao problema.

 

"Eventos clandestinos como esse são enfrentados por meio de operações conjuntas que envolvem a Guarda Civil, a Polícia Militar e a Subsecretaria de Fiscalização", afirmou a PBH em nota oficial.