Reservas florestais de Minas registram neste mês pontos com focos de incêndios, que os bombeiros trabalham para combater -  (crédito: CBMMG - 3/9/2024/Divulgação )

Reservas florestais de Minas registram neste mês pontos com focos de incêndios, que os bombeiros trabalham para combater

crédito: CBMMG - 3/9/2024/Divulgação 

BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) - O tempo seco que atinge boa parte do Brasil e dificulta o combate a incêndios no país é ainda mais persistente em Minas Gerais, estado que concentra as cidades há mais tempo sem chuva.

 

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São dez municípios mineiros que não registram uma ocorrência de precipitação há 159 dias, segundo o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais). Dos dez, nove ficam no Norte de Minas, e Felixlândia é localizada na região central do estado. Há ainda outras 14 cidades em que não chove há 158 dias, sendo a maior delas Montes Claros, no norte mineiro.

 

 

A ausência de precipitação em abril ajuda a explicar o cenário atual, afirma Marcelo Seluchi, coordenador-geral de Operação e Modelagem do Cemaden.

 

 

"No mês caracterizado pela transição entre as estações chuvosas e seca praticamente não choveu. Então nós estamos numa estação seca muito mais prolongada do que o normal, e nessa época, quando deveria ter alguma precipitação, não aconteceu", afirma Seluchi.

 

As causas para a interrupção precoce das chuvas são relacionadas a dois fatores, afirma o especialista: a ocorrência no ano passado do fenômeno meteorológico El Niño, que diminuiu a umidade na região, e a temperatura mais alta no Oceano Atlântico no Hemisfério Norte, que fez a chuva se deslocar para o norte da América do Sul e diminuiu a umidade no Brasil.

 

Dada a baixa umidade, as chances de chuvas estão descartadas para o curto prazo, e a volta da precipitação está prevista apenas para a primeira quinzena de outubro.

 

Com esse cenário, a cachoeira Bom Despacho, atração turística no caminho entre São João Del Rei e Tiradentes, secou. Ela fica em Santa Cruz de Minas, cidade conhecida por ter a menor extensão territorial do Brasil (3,5 quilômetros quadrados).

 

A umidade e os fortes ventos característicos dessa época são dois fatores que dificultam o combate a incêndios em Minas Gerais, que atingem 11 unidades de conservação do estado, segundo o Corpo de Bombeiros.

 

Uma delas é a Serra do Caraça, área de mata atlântica localizada no entorno do Santuário do Caraça, os bombeiros atuam em três frentes, com seis agentes e mais cinco brigadistas, que têm o apoio de uma aeronave.

 

Nas últimas 24 horas, a corporação afirma ter atendido 368 ocorrências de incêndio em vegetação no estado, sendo 198 delas na região metropolitana de Belo Horizonte.