O jornalista João Bosco Martins Sales, ex-editor geral do Estado de Minas, foi velado e cremado nesta segunda-feira (16/9). Ele faleceu no fim de semana no Hospital Felício Rocho, onde estava internado com problemas pulmonares.
“Meu colega de faculdade”, recordam os amigos do curso de Comunicação Social, com especialização em Jornalismo, da PUC-MG. Também marcaram presença colegas do jornal, que acompanharam João Bosco desde o início de sua carreira, em 1976.
O jornalista trabalhou na Revisão por dois anos antes de seguir para a Espanha, onde participou de um intercâmbio de jornalismo. Ao retornar a Belo Horizonte, em 1981, ingressou na Editoria de Polícia do Estado de Minas, formando uma equipe com Arnaldo Viana, Marcos Andrade, Vargas Vilaça, João Gabriel, Joni Bezerra e Francisco Santana Rezende.
Na reportagem policial, João Bosco Martins Sales conquistou o maior prêmio de sua carreira, o Prêmio Regional Esso, com uma reportagem sobre coureiros do Mato Grosso que traficavam couro de jacarés. João acompanhou uma equipe da Polícia Federal durante as investigações.
Da Editoria de Polícia, João Bosco passou para a Editoria de Cidades (hoje Gerais), onde atuou inicialmente como repórter. Fez grandes coberturas, incluindo “a morte de Tancredo Neves”, “a posse de Fernando Collor de Mello” e foi responsável por denúncias contra o governo de Newton Cardoso.
Em 1990, foi promovido a editor de Política e, em 1992, tornou-se editor-geral, comandando a redação do jornal Estado de Minas.
Os amigos recordam que João Bosco era um amante da leitura, do cinema e da pesca, sempre na companhia de amigos, a maioria deles colegas de jornal.
“Perdi um amigo, um irmão, companheiro de toda a vida. Tinha um grande coração e era muito inteligente”, diz Luiz Henrique Hargreaves, engenheiro e amigo de infância.
“João Bosco era o caçula da nossa turma, mas o mais maduro intelectualmente. Estava sempre em contato com a cultura e era nossa referência intelectual”, afirma o empresário Fábio Mitre, também amigo desde a infância.
“Conheci João Bosco quando ele trabalhava com minha esposa, Lídia. No jornal, ele era conhecido como o ‘repórter da chuva’ por ser o responsável pela cobertura das tempestades. Às vezes, íamos almoçar ou jantar, e ele tinha que sair correndo para cobrir um acidente. Lembro de um grave no Anel Rodoviário. Ele tinha o sonho de se aposentar e se mudar para uma praia para vender maçã do amor. Viviam dizendo isso”, conta João Vitor Renault, amigo e vizinho, e presidente da Rádio CDL.