O cirurgião plástico Joshemar Fernandes Heringer, acusado de matar a paciente e cabeleireira Edisa de Jesus Soloni, de 20 anos, em 2020, após três cirurgias plásticas, foi interrogado em audiência de instrução, nesta terça-feira (17/9).
De acordo com informações do Fórum Lafayette, o réu respondeu apenas a perguntas feitas pela juíza e por sua defesa. Os questionamentos feitos pela promotoria e assistência de acusação não foram respondidos.
Em depoimento, o médico disse que prestou toda a assistência à paciente no pós-cirúrgico. Segundo ele, quando a jovem teve o episódio de falta de ar, retornou para o quarto e a atendeu. O médico alegou ainda que ela foi medicada e, por decisão dele, removida para a emergência de um hospital particular. Assim, segundo ele, os cuidados com a paciente passaram a ficar a cargo da equipe do hospital.
Heringer afirmou que, quando a jovem chegou à emergência da instituição de saúde, ela apresentava quadro estável, com a saturação acima de 92, e foi colocada em observação.
Ainda de acordo com o médico, foi durante o atendimento no hospital particular que a paciente teve o pulmão perfurado durante um procedimento.
Quatro testemunhas de acusação, dentre elas a irmã da vítima, prestaram depoimento em 16 de fevereiro deste ano, na primeira audiência de instrução do processo. Em 16 de abril, aconteceu a segunda, quando foram ouvidas outras dez testemunhas.
A juíza determinou um prazo para alegações finais das partes. Depois desse prazo, a magistrada vai decidir se pronuncia ou não o acusado, ou seja, se ele será ou não julgado pelo Tribunal do Júri. Passada a fase de recurso dessa decisão, a data do julgamento deve ser marcada.
Relembre o caso
A jovem morreu depois de passar por três cirurgias plásticas na Clínica Belíssima, na Savassi, na Região Centro-Sul de BH.
A família alegou que a vítima não foi informada sobre os reais riscos do pacote com três cirurgias – remoção de gordura e pele do abdômen, inserção nos glúteos e lipo na papada. Os procedimentos custaram R$ 11 mil.
A vítima desmaiou quatro horas após as cirurgias. O médico chegou a encaminhá-la ao Hospital Felício Rocho, mas a cabeleireira morreu pouco depois de dar entrada na instituição.
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Parentes e amigos da jovem fizeram um protesto na porta do estabelecimento no dia 14 de setembro de 2020. Munido de faixas e cartazes, o grupo acusou o médico, que é dono da clínica, de negligência. De acordo com os familiares, o cirurgião teria convencido Edisa a realizar os três procedimentos simultaneamente. Todas as intervenções teriam sido feitas na própria clínica, já que o profissional avaliou que elas poderiam prescindir da estrutura hospitalar.