A cesso do primeiro trecho em obras da Rua Sapucaí, no Centro de BH, é liberado -  (crédito: Túlio Santos/EM/D.A Press)

A cesso do primeiro trecho em obras da Rua Sapucaí, no Centro de BH, é liberado

crédito: Túlio Santos/EM/D.A Press

O quarteirão da Rua Sapucaí, entre a Avenida Assis Chateaubriand e a Rua Tabaiares, foi liberado nesta quarta-feira (18/9) para pedestres e comerciantes. O trecho integra a primeira fase das obras de requalificação do tradicional ponto turístico e gastronômico no bairro Floresta, na Região Leste de Belo Horizonte.

 

 

No local, que possui área de 600 metros de comprimento e 16 de largura, foi feita a pavimentação de um plano único entre os dois passeios, com nivelamento do piso em blocos de concreto, ladrilho hidráulico e pedra portuguesa. No trecho liberado ainda restam executar o paisagismo e a instalação de bancos. 

 

Em nota, a Prefeitura de BH informou que a reforma está dentro do cronograma previsto. A obra continua no segundo e terceiro quarteirões também, e a previsão de término é para o 1º semestre de 2025.

 

 

O valor da revitalização é de R$ 4,65 milhões. Segundo a PBH, o projeto contou com a participação popular que discutiu as melhorias na estrutura e no espaço de convivência. "Foi realizada pesquisa com cerca de 7 mil moradores, além de oito reuniões públicas com a sociedade civil organizada, Ministério Público, comunidade acadêmica, moradores e comerciantes locais. Durante as obras, a equipe em campo também mantém o diálogo com os comerciantes", afirmou a prefeitura.

 

O que dizem os comerciantes

Diretamente afetados pelo conflito entre a valorização cultural do espaço e o fluxo de veículos da obra e o barulho, comerciantes repercutem as mudanças.

 

O chef e sócio do Dorsé Bar e Restaurante, Elmo Barra, relata que o estabelecimento fica no terceiro quarteirão, onde a parte crítica da obra está começando agora. "Nós já passamos por obras desde o início, porque eles removeram o asfalto no primeiro dia. Ficamos na poeira, e passa caminhão o tempo todo. Já está bastante conturbado, mas estamos nos mantendo", afirma. 

 

 

Segundo ele, desde o início o público apresentou uma redução de cerca de 30%. "Mas temos a expectativa de que seja legal depois da obra. Estamos absorvendo isso e tentando manter todos os funcionários", diz o sócio. Elmo ainda acredita que, com a etapa de pavimentação do terceiro trecho o percentual de perda de clientela diminua.

 

Lucas Meireles é sócio do Trip Food também localizado na via. Ele compartilha as reações ao saber das obras da prefeitura. "No começo ficamos felizes, porque entendemos que quando a obra estiver 100% pronta será uma coisa muito boa para a rua. Cremos que o movimento será melhor, vai virar um ponto turístico da cidade, assim como na Savassi", afirma.

 

Por outro lado, enquanto o serviço ainda está acontecendo, o sócio observou uma queda no faturamento "Durante esses dias de reforma, porque o faturamento caiu em torno de 60%", lamenta. Para "driblar" esse processo, Lucas conta que têm investido no marketing no estabelecimento. "Mas ainda assim temos sido muito impactados. As pessoas não querem estar em um ambiente de obras, e sentem falta da vista e do movimento de pessoas na rua".

 

Além disso, o sócio do Trip Food ressalta a sujeira causada pelo trabalho e a violência. "Todo dia temos que limpar a loja por causa da poeira, e já fomos assaltados duas vezes, uma vez que a via fica sem movimento de pessoas e veículos por 24 horas", aponta Meireles. Apesar das dificuldades ele se mantém esperançoso e acredita quando a obra for finalizada os comerciantes vão não só recuperar as perdas, como também ter aumento.

 

O que está previsto na revitalização

O projeto prevê a construção de uma área gramada, com arborização e paisagismo para valorizar e potencializar as características urbanas e culturais da via. O corredor ainda irá ganhar uma reforma nos balaústres, novos bancos, banheiros públicos, balanços e uma arquibancada mirante para enaltecer a vista para o Centro da cidade e para os murais do Projeto Cura. 

 

Ainda está prevista a implantação de uma ciclovia bidirecional e passagem de pedestres. Após a conclusão das obras, a Sapucaí será fechada para a passagem apenas de pedestres. A circulação de veículos ficará restrita aos carros de moradores para acesso às garagens, e carga e descarga nos restaurantes e estabelecimentos comerciais.

 

Finalizadas as intervenções, a Rua Sapucaí será convertida em um boulevard — trecho sem carros, voltado a lazer, diversão e gastronomia, à exemplo do quarteirão fechado da Praça da Savassi, na Região Centro-Sul de BH.

 

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