A movimentação média do terminal é de 602 mil passageiros por mês, o que equivale a cerca de 20 mil passageiros por dia -  (crédito: Leandro Couri/EM/D.A. Press.Brasil.MG.Belo Horizonte)

A movimentação média do terminal é de 602 mil passageiros por mês, o que equivale a cerca de 20 mil passageiros por dia

crédito: Leandro Couri/EM/D.A. Press.Brasil.MG.Belo Horizonte

Apesar de frequentemente lotado, especialmente durante feriados, o Terminal Rodoviário Governador Israel Pinheiro, situado no Centro de Belo Horizonte, ainda possui potencial para expandir suas operações. Atualmente, a rodoviária opera com 65% de sua capacidade total. A informação foi divulgada pela Terminais BH, que completa neste mês dois anos à frente da administração da rodoviária.

 

 


A Rodoviária de Belo Horizonte conta com cerca de 50 operadoras de ônibus, realiza em média 490 partidas diárias e atende aproximadamente 250 destinos nacionais e estaduais.

 

A movimentação média do terminal é de 602 mil passageiros por mês, o que equivale a cerca de 20 mil passageiros por dia. Os números superam as marcas do primeiro ano de concessão, quando a rodoviária registrou 578 mil passageiros mensais e cerca de 19 mil diários.

 

Embora as operações estejam atualmente em 65% da capacidade total, a concessionária considera esse nível de operação como “sustentável”, indicando que a expansão completa é logisticamente viável. "Claro que não vamos operar com 100% da capacidade, pois precisamos prever possíveis atrasos ou outras ocorrências que possam comprometer o funcionamento", explica Vanessa Costa, diretora executiva da Terminais BH.

 


A diretora explica que, para atingir a capacidade máxima do terminal, é necessário que haja uma demanda, seja por parte das empresas que já operam e desejam adicionar novas linhas, ou por novas companhias.

 

“A operadora interessada deve fazer uma solicitação formal ao Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG) ou à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) para poder operar uma nova linha. Sabemos que várias operadoras já têm esse processo em andamento, mas, devido à tramitação, isso pode levar algum tempo”, esclarece a diretora executiva da Terminais BH.


Concessão


De setembro de 2022 a agosto deste ano, período da administração da concessionária, foram investidos mais de R$ 12 milhões na infraestrutura do terminal. Entre as melhorias realizadas estão a reforma dos sanitários do hall (masculino e feminino) e a modernização do Centro de Controle Operacional, que agora conta com um maior número de câmeras.

 

Além disso, foram reformados os equipamentos de sinalização viária, automatizados os quatro portões da área de embarque, substituído o piso tátil nas áreas de embarque e desembarque, iniciado o processo de padronização das bilheteiras (bilheteiras 2 e 17) e implementada uma nova linha de energia.

 

As reformas continuarão a ser realizadas em fases para não impactar completamente o funcionamento do terminal. No momento, as obras estão concentradas no lado leste da rodoviária, conforme informa a concessionária.

 

“Durante esses primeiros quatro anos de concessão, devemos cumprir uma série de investimentos obrigatórios classificados como de requalificação. Estes envolvem a estrutura física do terminal, incluindo recuperação, impermeabilização, paisagismo, pavimentação e drenagem”, explica Vanessa Costa, sobre as próximas reformas.

 

Além dos investimentos previstos, a Terminais BH também prioriza a realização de obras para atender às necessidades identificadas pela empresa ou solicitadas pelos usuários. Como exemplo, Vanessa cita a instalação de bancadas na área de alimentação e de um balcão de informações no piso principal.

 

Avaliação do Público

 

O Estado de Minas foi à rodoviária da capital mineira para sondar a opinião dos usuários e verificar se o espaço melhorou desde que a Terminais BH assumiu a administração.

 

Gerente da rede de fast-food Giraffas, Andreza Leandra Ribeiro de Almeida trabalha na unidade da rodoviária desde 2019 e notou melhorias para clientes e funcionários nos últimos anos. “Antes, o local era muito vazio e estranho, até mais escuro. Agora, há muito mais lugares para comer, com novas bancadas. Sentimos um aumento na clientela e as reclamações diminuíram. As pessoas elogiam bastante, comparando a rodoviária de antigamente com a de agora”, conta a funcionária.

 

Na rede de fast-food Bob’s, a gerente Eliane de Oliveira também aponta melhorias. Responsável pela unidade desde sua inauguração, em 2017, ela percebe que agora a rodoviária atrai não apenas viajantes, mas também pessoas que vão ao local para lanchar ou almoçar. A gerente atribui isso ao aumento das opções de alimentação.

 


“Nos últimos sete anos, a rodoviária passou por melhorias significativas. Muita coisa mudou, quase 'da água para o vinho'. Por exemplo, agora temos cadeiras e uma rede de Wi-Fi disponível tanto para os usuários quanto para nós, funcionários. A rodoviária antiga tinha apenas um café e um pão de queijo. Hoje, é possível almoçar e fazer um bom lanche”, avalia Eliane.

 

Assim como os lojistas, os viajantes também destacam as melhorias, especialmente no que diz respeito ao conforto proporcionado pelas reformas e ao reforço na segurança. Para a passageira Ludmila Mendes, as mudanças são notáveis. Enquanto aguardava o embarque para o aeroporto, a funcionária pública, que não visitava o terminal há cerca de um ano, expressou surpresa com as diferenças.

 

No entanto, Ludmila enfrentou uma dificuldade quando ela e o marido, carregados de malas, encontraram um dos elevadores em manutenção. O problema parece ser recorrente e também foi apontado por outra passageira.

 

A aposentada Maria do Nascimento, de 77 anos, observa que o terminal ainda precisa prestar mais atenção aos idosos e às pessoas com mobilidade reduzida. Ela se sente desassistida em alguns aspectos. No ano passado, Maria ficou presa no elevador e passou mal. Desde então, ela desce para o andar de desembarque pelas escadas, mas tem dificuldade em carregar as malas sozinha e não recebe ajuda de nenhum funcionário, conforme relata.

 

“Frequento a rodoviária há muitos anos, cerca de 50 anos. Melhorei bastante, há mais ônibus e melhores. A segurança ainda precisa ser aprimorada, especialmente para os idosos. Eu deveria ter mais proteção; deveria haver alguém para ajudar”, afirma a moradora de Sete Lagoas, na Grande BH.

 

O terminal rodoviário da capital mineira conta com seis elevadores. Diante dos relatos de mau funcionamento, a Terminais BH reconhece o impacto que um elevador com defeito pode ter e está trabalhando para reduzir essas ocorrências.

 


A concessionária informa que possui um contrato de manutenção preventiva dos elevadores e um canal direto para reparos. No entanto, em algumas situações, a troca de peças é necessária, o que pode prolongar o tempo de conserto.

 

A diretora executiva da Terminais BH afirma que a empresa pretende firmar um acordo de nível de serviço com a empresa responsável pelos elevadores. Com esse acordo, será estabelecido um prazo para a manutenção, e eventuais atrasos fora do estipulado poderão ser penalizados com multa, por exemplo.


*Estagiárias sob supervisão da subeditora Fernanda Borges